O Ibovespa retomava alta, enquanto o dólar caía nesta terça-feira (23), após divulgação da ata da última reunião do Copom, falas de Haddad e com investidores à espera de discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
Às 11h27, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, tinha variação positiva de 0,71%, a 146.138,01 pontos.
No mesmo horário, o dólar à vista caía 0,38%, a R$ 5,3140 na venda.
Mais cedo, a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) mostrou que o Banco Central, após avaliar os efeitos acumulados do choque de juros, entrou agora em um “novo estágio” da política monetária que prevê taxa Selic inalterada por longo período para buscar a meta de inflação.
“Agora, na medida em que o cenário tem se delineado conforme esperado, o Comitê inicia um novo estágio em que opta por manter a taxa inalterada e seguir avaliando se, mantido o nível corrente por período bastante prolongado, tal estratégia será suficiente para a convergência da inflação à meta”, destacou a ata.
Para Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, o BC assumiu “com mais clareza” que o ciclo de elevações da Selic está encerrado.
“É claro que ele deixa uma abertura dizendo que se precisar aumentar, ele vai. Mas o registro de modo geral mudou. Agora é um registro de um Copom que vai esperar para ver o que a firme elevação da taxa de juros vai trazer para a economia brasileira”, disse Gala.
No mercado de câmbio, a avaliação é de que a Selic a 15%, juntamente com mais cortes de juros pelo Federal Reserve, torna o diferencial de juros do Brasil ainda mais atrativo para os investidores internacionais, o que mais recentemente permitiu que o dólar se aproximasse dos R$ 5,30.
Durante entrevista nesta manhã ao ICL Notícias, Haddad ponderou, no entanto, que os juros no Brasil não deveriam estar em 15% e que há espaço para cortes.
O ministro pontuou ainda que o Brasil não tem dificuldade de colocar seus produtos em outros mercados diante da vigência da tarifa implementada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
O receio de que os EUA possam implementar novas medidas contra a economia brasileira — e não apenas contra autoridades e seus familiares — deu suporte ao dólar na segunda-feira, quando a divisa à vista fechou em alta de 0,33%, a R$ 5,3380, na quarta sessão consecutiva de ganhos.
Nesta terça, o mercado aguarda pelo discurso de Lula na ONU — a primeira vez que ele estará com o presidente dos EUA, Donald Trump, em um mesmo evento, depois que a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros foi estabelecida.
No exterior, o dólar também seguia próximo da estabilidade ante as moedas fortes e tinha sinais mistos ante as demais.
*Com informações da Reuters