O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), confirmou nesta segunda-feira (24) e o rompimento da relação institucional com o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ). A informação foi adiantada pelo jornal Folha de S.Paulo.
Lideranças da Câmara, ouvidas pela CNN Brasil, confirmam que episódios recentes que envolvem a articulação política de projetos acabou ampliando a tensão entre os parlamentares.
Entre os citados está a decisão de Hugo de escalar Guilherme Derrite para a condução do texto e das negociações sobre o PL antifacções, enviado inicialmente ao Congresso pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Pessoas próximas citam ainda o descontentamento do presidente da Câmara sobre uma campanha contra ele nas redes sociais, supostamente articulada por influenciadores ligados ao PT.
Hugo atribui a organização da ofensiva ao líder petista.
Lindbergh Farias usou as redes sociais para rebater as acusações.
“Se há uma crise de confiança, isso tem mais a ver com as escolhas que o próprio Hugo Motta tem feito. Ele que assuma as responsabilidades por suas ações e não venha debitar isso na minha atuação como líder da bancada do PT”, escreveu o deputado.
A avaliação de lideranças é que o afastamento, por óbvio, pode prejudicar o andamento de pautas de interesse do governo, que não possui quantidade suficiente de votos na Casa para conduzir alguns debates.
Entre os temas de atenção está a anistia aos condenados pelo 8 de janeiro. Por pressão da oposição, o tema pode voltar ao debate após a prisão preventiva de Jair Bolsonaro.
A crise ocorre em um momento de tensão também na relação entre o Planalto e Senado Federal.
Como revelou a CNN Brasil, para tentar driblar a indisposição de Davi Alcolumbre com a indicação de Jorge Messias ao STF — e o escanteamento de Rodrigo Pacheco — governistas cogitam a troca de uma das principais lideranças do governo, o senador Jaques Wagner (PT).