A Honda reduziu nesta sexta-feira (7) em 21% sua previsão de lucro para o ano fiscal atual, afetada por custos extraordinários com veículos elétricos, queda nas vendas na China e em outros mercados asiáticos, além da escassez de peças equipadas com chips da Nexperia.
A segunda maior montadora do Japão reduziu sua previsão de lucro operacional para o ano fiscal que termina em março de 2026, para 550 bilhões de ienes (US$ 3,65 bilhões), ante os 700 bilhões de ienes previstos anteriormente.
No primeiro semestre do atual ano fiscal, a divisão automobilística da Honda registrou prejuízo operacional, em grande parte devido a despesas extraordinárias de 224 bilhões de ienes relacionadas a veículos elétricos.
A empresa agora prevê que sua participação nas vendas globais de veículos elétricos será de 20% em 2030, abaixo da meta anterior de 30%.
A empresa agora prevê vender 925 mil veículos na Ásia — incluindo a China — no atual ano fiscal, uma queda de mais de 10% em relação à meta anterior de 1,09 milhão de carros.
A entrada das montadoras chinesas intensificou a concorrência no Sudeste Asiático, o que levou as empresas da região a oferecerem aos consumidores maiores incentivos ou preços mais baixos, afirmou nesta sexta-feira o vice-presidente executivo, Noriya Kaihara.
“Reconhecemos que uma revisão fundamental é necessária para a Ásia”, disse Kaihara. “No entanto, deste ano fiscal em diante, não haverá modelos particularmente novos.”
IMPACTO DA ESCASSEZ DE CHIPS E DAS TARIFAS
A redução da previsão de lucro anual da Honda incluiu um prejuízo de 150 bilhões de ienes relacionado à escassez de chips da empresa holandesa Nexperia.
Kaihara afirmou que a empresa busca retomar a produção normal na semana de 21 de novembro, após ter suspendido a fabricação em uma unidade no México na semana passada e ajustado as operações nos EUA e no Canadá.
A interrupção resultou da dependência da empresa em um único fornecedor para algumas peças, disse Kaihara.
A Honda também previu um prejuízo de 385 bilhões de ienes devido às tarifas norte-americanas, o que representa 65 bilhões de ienes a menos do que a estimativa anterior.
Kaihara afirmou que as tarifas provavelmente permanecerão em vigor, mas observou que a Honda se beneficia de um alto índice de produção local na América do Norte, onde a demanda por veículos híbridos é forte.
A montadora registrou uma queda de 25% no lucro operacional entre julho e setembro, para 194 bilhões de ienes, ante 257,9 bilhões de ienes no mesmo período do ano anterior.
Seu negócio de motocicletas sofreu com volumes mais fracos no Vietnã, mas a forte demanda no Brasil e na Tailândia ajudou a compensar essa queda, permitindo que a empresa mantivesse uma alta lucratividade.