O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (29), que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), parece “não saber o que acontece no Estado”.
Em tom crítico, Haddad fez um apelo para que o governador se informe sobre a situação fluminense. “Deixo aqui um apelo para o governador do Rio de Janeiro se inteirar da situação. Me parece que o governador não está inteirado do que está acontecendo no estado”, declarou o ministro durante entrevista coletiva.
“Nós temos que estancar esse ciclo letal, mortal, que faz com que a roda do crime organizado continue girando”, prosseguiu o ministro.
As declarações ocorreram após uma megaoperação conjunta das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro, que resultou em mais de 130 mortes, segundo Defensoria Pública do Rio de Janeiro. A Operação Contenção teve como objetivo conter a expansão territorial do CV (Comando Vermelho) e cumprir 100 mandados de prisão contra integrantes e lideranças da facção.
Refinaria
Além da operação policial, o ministro também comentou sobre os desdobramentos da Operação Cadeia de Carbono, deflagrada em setembro deste ano, que levou ao fechamento da refinaria Refit, em Manguinhos, zona norte do Rio de Janeiro.
A Refit foi interditada pela ANP (Agência Nacional do Petróleo) e pela Receita Federal após a identificação de irregularidades operacionais e suspeita de importação irregular de combustíveis.
Segundo Haddad, o caso envolveu “a maior apreensão de carga da história da Receita Federal”, com 200 milhões de litros de combustíveis apreendidos.
“O destino da mercadoria era outro e o conteúdo declarado não confere com os laudos que foram feitos quando dá apreensão. Isso são crimes tributários que precisam de punição e pelo volume de recursos precisam de uma posição exemplar”, afirmou Haddad.
Nesta quarta-feira (29), o presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Herman Benjamin, anulou a decisão do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) que havia autorizado, na segunda-feira (27), o retorno das atividades da refinaria.
A suspensão das operações da Refit, determinada em setembro, segue válida enquanto prosseguem as investigações no âmbito da Operação Cadeia de Carbono.
*Sob supervisão de Leandro Bisa