O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou à CNN, nesta terça-feira (29), que as medidas em resposta ao tarifaço dos Estados Unidos devem respeitar a soberania do Brasil, e que pedir respeito não é arrogância.
Ele ainda criticou a pressão pelo anúncio das ações e destacou que o governo agirá sem “açodamento de entregar o país”.
“A resposta vai ser dada com altivez, com soberania, com respeito, com dignidade, coisas que estão saindo do nosso dicionário. Nós passamos quatro anos aqui com um governo vira-lata, nós não vamos fazer isso com o Brasil”, disse o ministro ao CNN 360º. “Você pedir respeito ao Brasil, isso não é arrogância”, prosseguiu.
Haddad acrescentou que o governo quer discutir “racionalmente” o que pode ser feito em proveito mútuo. Ele ainda defendeu uma negociação madura e criticou o que seria uma postura de “entregar” o país à vontade norte-americana.
A entrevista de Haddad à CNN se dá a poucos dias de o governo dos Estados Unidos colocar em vigor tarifa de 50% aos produtos brasileiros, na sexta-feira (1º). Em semana decisiva, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenta negociar alternativas e discutir medidas para suavizar o impacto na economia.
Negociações
Questionado sobre a relação entre Brasil e Estados Unidos durante o governo Lula, Haddad afirmou à CNN que o governo Trump, de maio a julho, mudou de postura em relação a todo o mundo e que não é só o Brasil que tem lidado com imposição de tarifas.
“Vocês estão falando na maior potência do mundo que resolveu virar a mesa e nós estamos assistindo isso, no começo com certa perplexidade, mas nós estamos buscando os canais para trazer a racionalidade”, destacou.
À CNN, Haddad afirmou ainda que o protocolo na negociação é necessário para haver segurança de “que não vai acontecer com o presidente Lula o que aconteceu com o [Volodymyr] Zelensky, que passou um papelão na Casa Branca”, em referência ao líder ucraniano.