Foguete que explodiu no Maranhão terá nova tentativa de lançamento em 2026

A empresa aeroespacial sul-coreana Innospace anunciou que planeja realizar um novo lançamento comercial a partir do CLA (Centro de Lançamento de Alcântara), no Maranhão, no primeiro semestre de 2026.

O comunicado foi feito pelo CEO da companhia, Kim Soo-jong, nesta terça-feira (23), após o foguete HANBIT-Nano sofrer uma anomalia estrutural 30 segundos após a decolagem, na segunda-feira (22).

Apesar de o veículo ter colidido com o solo dentro da zona de segurança, a empresa classificou a missão como uma conquista importante para o amadurecimento tecnológico do projeto.

“A coleta bem-sucedida de dados de voo, propulsão e operação, que só podem ser obtidos em um ambiente de voo real, pertence a uma área que não pode ser confirmada por testes de solo ou simulações”, afirmou o CEO.

Análise e Próximos Passos

O lançamento do foguete sul-coreano, HANBIT-Nano, foi frustrado após explosão da aeronave na noite desta segunda-feira (22), no Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão.

De acordo com a Innospace e a Força Aérea Brasileira (FAB), o motor híbrido de 25 toneladas do primeiro estágio funcionou normalmente e o veículo seguiu a trajetória planejada até o momento da falha.

Agora, engenheiros realizam uma revisão técnica abrangente dos dados de telemetria e rastreamento para identificar as causas da interrupção. Para a nova tentativa em 2026, a empresa focará em:

  • Correções Tecnológicas: Ajustes no projeto do veículo baseados nos fenômenos observados no voo de dezembro;

  • Estabilidade Operacional: Verificações adicionais para garantir que o lançador de dois estágios cumpra o objetivo de colocar até 90 kg de carga em órbita;

  • Maturidade Técnica: Acúmulo de dados reais, seguindo o exemplo de gigantes globais do setor que também enfrentaram falhas em estágios iniciais.

 

O que é HANBIT-Nano

O HANBIT-Nano é um veículo orbital de dois estágios, projetado para colocar até 90 quilos de carga útil em uma órbita de 500 quilômetros. O desenvolvimento mobilizou 247 profissionais, sendo 102 engenheiros dedicados exclusivamente à pesquisa e desenvolvimento. 

A nave mede  21,8 metros de altura, 1,4 metro de diâmetro e integra uma nova geração de lançadores de pequeno porte, voltados para missões mais ágeis, econômicas e de alta confiabilidade.

Operação Spaceward

A iniciativa tem a missão de transportar cinco satélites e três experimentos para o espaço e é resultado do edital de chamamento público, realizado em 2020. O grupo sul coreano foi uma das empresas selecionadas, assinando contrato com o Comando da Aeronáutica, em 2022.

Por estar localizado próximo a linha do Equador, a base de Alcântara possui uma posição geográfica privilegiada. “Temos um potencial muito grande desperdiçado ao longo das últimas décadas, que hoje é um problema em relação a outros países, como EUA, Rússia, China, Índia, entre outros”, diz Pedro Pallotta, divulgador científico e especialista no tema espacial.

Lançamentos adiados

Antes da tentativa de lançamento nesta segunda-feira (22), a FAB adiou por três vezes o evento — isso porque foram detectadas anormalidades intermitentes em uma válvula de ventilação instalada no tanque de metano líquido do segundo estágiodurante o processo de abastecimento.

O lançamento da nave estava previsto para 22 de novembro, mas não aconteceu após a identificação de pequenas falhas nos sinais durante um teste conjunto de aviônicos realizado pela FAB.

Já a segunda previsão ocorreu do dia 17 para 19 de dezembro, de forma que garantissem tempo suficiente para a substituição de um componente da unidade de resfriamento do sistema de alimentação do oxidante do primeiro estágio. Entretanto, durante as inspeções finais pré-lançamento, foi identificada uma anomalia nesse equipamento.

*Sob supervisão de Carolina Figueiredo

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