Ex-ministro e deputado debatem sobre profissionais cubanos no Mais Médicos

O ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga e o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) debateram nesta quinta-feira (14) no CNN Arena se o Brasil acertou ou errou ao trazer médicos cubanos ao país para atuarem no programa Mais Médicos, lançado durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2013.

O debate ocorre após o Departamento de Estado dos EUA anunciar a revogação de vistos e a imposição de restrições a funcionários do governo brasileiro, além de ex-integrantes da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), ligados ao Mais Médicos, e seus familiares. Isso acontece por causa da contratação de médicos cubanos pelo programa.

Para Zarattini, o Mais Médicos foi um acerto da gestão Dilma, ao levar os profissionais para “quase todo o território nacional”, e em lugares que antes não tinham tido médicos.

Segundo o deputado, 66 milhões de pessoas foram atendidas pelos profissionais contratados através da parceira entre o governo brasileiro, a Opas e o governo de Cuba.

Queiroga, que também é médico e foi ministro no governo de Jair Bolsonaro (PL), concordou e disse que a ideia foi “fundamental” para o SUS (Sistema Único de Saúde), mas discordou ao citar a forma de contratação realizada, pois, segundo ele, os médicos vindos de Cuba não tinham os diplomas revalidados pelo CRM (Conselho Regional de Medicina) dos estados em que iriam atuar.

Além disso, o ex-ministro afirmou que uma parte do valor pago pelo Brasil aos profissionais era “retido” pelo governo cubano, sendo uma contratação “atentatória” aos direitos humanos, além de dizer que os médicos e seus familiares eram “reféns” do regime de Cuba

Em resposta a Queiroga, Zarattini afirmou ser um “delírio” dizer que os cubanos eram reféns do governo, além de que, em nenhum momento, houve denúncias de trabalho escravo.

Já ao serem questionados sobre a medida anunciada pelo governo americano, o deputado afirmou que as ações dos Estados Unidos são de cunho “imperialista”, defendendo apenas aos interesses da gestão de Donald Trump, e não dos americanos, além de serem um ataque a soberania brasileira.

Em contra-partida, Queiroga defendeu a medida e disse ser uma atitude unilateral do governo americano, estando no papel deles, cabendo ao Itamaraty e a diplomacia brasileira resolver a questão, recordando a relação enquanto ministro da Saúde com o então presidente dos EUA, o democrata Joe Biden.

*Sob supervisão de Douglas Porto

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