O ex-diretor da Polícia Federal na Diretoria de Polícia Administrativa, Rodrigo de Melo Teixeira, foi preso nesta quarta-feira (17) em uma operação que investiga corrupção em órgãos ambientais.
Relembre: Ex-diretor da PF é preso em operação contra corrupção em órgãos ambientais
A detenção, ocorrida em 2025, contrasta drasticamente com a imagem que o delegado projetava em 2016, quando foi candidato à Lista Tríplice para Diretor-Geral da PF e defendia abertamente o fortalecimento do combate à corrupção.
Em 2016, na corrida pela direção-geral da PF, o delegado Rodrigo de Melo Teixeira, com carreira na instituição desde 1999, incluiu entre suas propostas a iniciativa de “Fortalecer as Delegacias de combate ao desvio de verba pública e corrupção”.
Essa bandeira anticorrupção era parte de seu plano de gestão, visando também a autonomia da Polícia Federal e a valorização da carreira de delegado.
A votação para a Lista Tríplice, organizada pela ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal), ocorreu em 30 de maio de 2017. Rodrigo de Melo acabou entre os escolhidos. Contudo, na época, o ex-presidente Michel Temer, responsável por nomear o chefe-geral da PF, optou por um nome fora da indicação da associação.
Investigações e suspeita de envolvimento em crimes
Teixeira, que ocupou um cargo hierárquico elevado na cúpula da PF entre 2023 e 2025, é suspeito de um esquema que envolvia a utilização de sua esposa para privilegiar uma empresa de exploração de minério.
Ele teria vendido seu prestígio como diretor da PF para obter participação societária em uma empresa maior, usando seus acessos e contatos para conseguir autorizações de exploração.
A Polícia Federal indica que já havia uma negociação para a venda de sua parte na mina por R$ 30 milhões.