EUA X Venezuela: professor analisa escalada de conflitos entre países

Os Estados Unidos identificaram alvos militares dentro da Venezuela que podem ser alvo de ataques, incluindo instalações supostamente utilizadas para o contrabando de drogas, segundo apuração do Wall Street Journal. A escalada de tensões entre os dois países marca um novo capítulo nas relações entre Washington e Caracas.

Em entrevista à CNN, Eduardo Viola, professor de Relações Internacionais da USP e FGV, afirma que o direito internacional não justificaria tais ataques, uma vez que não haveria um processo prévio de interdição ou captura. No entanto, a movimentação americana se insere em um contexto mais amplo de objetivos geopolíticos na região.

Objetivos estratégicos dos EUA

A estratégia americana para a América Latina se baseia em três pilares principais: enfraquecer o crime organizado na região, promover mudanças no governo venezuelano e reduzir a influência de China, Rússia e Irã na Venezuela.

“Uma possível intervenção militar americana seria principalmente de caráter intimidatório, podendo incluir ataques com mísseis a centros militares e aeroportos, sem necessariamente envolver uma invasão terrestre em larga escala. Existe também a possibilidade do envio de forças especiais para operações específicas”, aponta o professor.

No entanto, especialistas alertam para os riscos de instabilidade regional que uma intervenção poderia causar. “Um cenário de caos na Venezuela poderia resultar em consequências graves para países vizinhos, incluindo um aumento significativo no fluxo de refugiados”, conclui Eduardo.

O Brasil, que já possui experiência em lidar com imigrantes venezuelanos, precisaria se preparar para possíveis consequências de uma desestabilização no país vizinho, especialmente no que diz respeito à gestão de um potencial aumento no fluxo migratório.

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