Os Estados Unidos enviaram pelo menos seis caças de guerra eletrônica para uma base aérea da Marinha americana em Porto Rico, em meio ao aumento da pressão contra a Venezuela.
As aeronaves flagradas em uma foto tirada pela Reuters na quarta-feira (10) são do modelo EA-18G Growler, da Boeing, usado pela Marinha dos EUA. As forças americanas descrevem o Growler como uma aeronave de guerra eletrônica “capaz de realizar uma ampla gama de missões de supressão de defesa inimiga”.
O conceito de guerra eletrônica se refere ao uso de tecnologias eletromagnéticas para detectar, enganar ou bloquear os sistemas adversários. O especialista em defesa e segurança internacional Augusto Teixeira Jr. explica que o Growler pode “testar defesas, perturbar ou provocar a disrupção de meios de comando e controle e iluminar alvos, especialmente radares e baterias antiaéreas”.
Esse modelo de aeronave pode ser utilizado para suprimir ou destruir os sistemas de defesa antiaérea dos adversários. Os equipamentos de guerra eletrônica também podem apoiar outras missões, garantindo a superioridade e controle do espaço aéreo enquanto outras aeronaves conduzem ataques contra alvos estratégicos.
O Growler é um caça-bombardeiro, ou seja, pode tanto participar de missões de interceptação quanto realizar ataques precisos. “É um tipo de aeronave típica dos meios aéreos embarcados em porta-aviões, testado em combate e muito versátil”, explica o especialista Augusto Teixeira Jr.
A aeronave é uma das mais avançadas da Marinha americana e pode ser transportada pelo USS Gerald Ford, o maior porta-aviões do mundo, enviado às águas do Caribe em outubro. Segundo o site da Marinha, cada unidade do EA-18G Growler custa cerca de US$ 67 milhões.
Até agora, seis Growlers foram fotografados na base Roosevelt Roads, na cidade de Ceiba, em Porto Rico. A base estava abandonada há mais de 20 anos, mas foi reativada em setembro diante do reforço da presença militar americana na região.
Para o especialista, o arsenal que tem se formado no Caribe é uma demonstração de que os Estados Unidos estão fazendo “aproximações sucessivas, apertando o garrote no pescoço da Venezuela sem necessariamente declarar guerra ou chegar no nível de violência”.
Questionado pela CNN Brasil, o Comando Sul dos Estados Unidos (SOUTHCOM) disse que não detalha atividades operacionais dos EUA por questões de segurança.
A mobilização das aeronaves de guerra eletrônica vem após dois caças F-18 sobrevoarem o Golfo da Venezuela no início da semana.
As aeronaves F/A-18E Super Hornet também são frequentemente usadas pela Marinha americana como “escolta de caças e para defesa aérea da frota”, assim como para “projeção de força, interdição e apoio aéreo aproximado e profundo”.
O EA-18G Growler é uma variante da família F/A-18 que, segundo a Marinha, combina a plataforma do Super Hornet com um conjunto de guerra eletrônica.