O congelamento de óvulos representa uma importante alternativa para mulheres que desejam preservar sua fertilidade. Em entrevista ao CNN Sinais Vitais, Matheus Gröner, urologista especializado em reprodução humana da Unifesp, detalha que “por meio de um processo de estimulação ovariana, é possível realizar a captação e o congelamento dos óvulos, que podem ser utilizados posteriormente quando a mulher desejar ter filhos”.
Uma das principais vantagens do procedimento é que os óvulos congelados não perdem qualidade com o passar do tempo, podendo permanecer armazenados por décadas. Este aspecto é particularmente relevante considerando que a qualidade dos óvulos naturalmente diminui com o avanço da idade.
“Por isso é importante ter o congelamento de óvulos como um arsenal no planejamento reprodutivo de uma mulher”, afirma o especialista.
Em termos de fertilidade, existe uma diferença significativa entre homens e mulheres. Eduardo Motta, professor-adjunto do Departamento de Ginecologia da Unifesp, explica que “enquanto os homens mantêm uma produção contínua de espermatozoides ao longo da vida, as mulheres nascem com uma quantidade limitada de óvulos”. Com o passar dos anos, os óvulos de melhor qualidade são naturalmente consumidos.
O congelamento surge, então, como uma alternativa para minimizar os efeitos do tempo sobre a fertilidade feminina.
Apesar dos avanços tecnológicos na área da reprodução assistida, Motta ressalta a importância de não adiar indefinidamente o planejamento reprodutivo. “É uma tentativa de preservar, mas as pessoas devem levar em consideração não adiarem o desejo reprodutivo indefinidamente, imaginando que a ciência vai sempre dar uma resposta”, conclui.