O mercado secundário de drones tem se tornado uma preocupação crescente para as autoridades de segurança, uma vez que facilita o acesso de criminosos a equipamentos que podem ser adaptados para atividades ilícitas. Em entrevista ao CNN 360º, o presidente do Comitê de Defesa e Segurança da Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil, José Augusto Leal, explicou que “é difícil controlar o mercado secundário de drones, e o crime organizado utiliza esse meio para customizar os seus.”
Segundo ele, os criminosos optam por adquirir peças separadamente para montar drones customizados, em vez de comprar aparelhos completos, produtos normalmente utilizados para captação de imagens em eventos e espetáculos. Com isso, o rastreamento desses equipamentos se torna ainda mais complexo.
Leal cita como exemplo uma operação recente na Ucrânia, onde foram utilizados drones feitos de papelão para atacar bases aéreas russas. “Esta situação demonstra a versatilidade desses equipamentos, que podem ser construídos com diversos materiais, dificultando o controle pelas autoridades”, afirma.
Para ele, a principal solução para combater essa ameaça é o desenvolvimento de tecnologias que interfiram no comando dos drones. Enquanto a interceptação de drones controlados por rádio é relativamente comum, os aparelhos que utilizam fibra ótica apresentam desafios adicionais, podendo alcançar distâncias de até 50 quilômetros.
Leal ainda sugere que as forças de segurança invistam em sistemas de vigilância e controle, incluindo o uso de drones próprios para interceptação.