No primeiro dia do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2025, realizado neste domingo (9), a prova de geografia se destacou por uma abordagem predominantemente ambiental, desafiando os candidatos a uma compreensão aprofundada dos fenômenos naturais e sociais, com forte ênfase na análise espacial e contextualização.
Segundo o professor de geografia Felipe Yabusaki, do Objetivo, a prova manteve a tendência observada nos últimos dois anos, caracterizada por um predomínio de questões com textos e respostas mais concisos.
“Facilita bastante a vida do aluno”, disse Yabusaki, destacando que essa estrutura beneficia quem se dedica ao estudo clássico da geografia, focado nas relações complexas entre o homem e o espaço.
Yabusaki detalhou que a temática ambiental foi, de fato, a grande protagonista da prova. “Posso falar que de quase 15 questões de Geografia, a metade tinha uma abordagem ambiental, desde envolvendo a questão ambiental no meio urbano, a questão ambiental na agricultura, a questão ambiental envolvendo as mudanças climáticas, tanto em comunidades locais ou na escala global. Então, a temática ambiental foi o que predominou.”
Ele ressaltou que a prova sempre aborda o espaço em suas diversas escalas, do local ao global, com uma prioridade notável para o contexto brasileiro. “Estão sempre fazendo essa abordagem do espaço, desde local quanto global, priorizando muito mais o espaço brasileiro, e falando de questões dessa relação do homem no espaço, desde economia, desde a questão ambiental, desde a questão climática, desde o homem tendo essas interferências no espaço também com a introdução de novas tecnologias.”
Além disso, ele apontou que muitas questões exploraram temas como energia, transporte e agricultura, consolidando-as como as grandes temáticas da prova de geografia, sempre com a predominância da geografia do Brasil.
Ao avaliar o nível de exigência em comparação com o ano anterior, o professor considerou que os textos mais curtos e as respostas mais diretas facilitaram a identificação de alternativas incorretas, tornando a prova mais acessível para o aluno bem preparado.
“Eu achei que os textos estão cada vez mais curtos e as respostas estão cada vez mais fáceis de identificar incorretas. Fica mais fácil para o aluno bem preparado saber eliminar as que não condiz aí com a resposta”, disse. “Eu acho que está super atuado. E super importantes essa temática abordada. Acho que diz bastante com a realidade do Brasil e com o propósito do estudo de geografia”, concluiu Yabusaki, reforçando a relevância dos temas abordados.
Pauta do momento
Em uma perspectiva complementar, a professora Juliana Przybysz, coordenadora de geografia nas turmas de fundamental, médio e PV do Elite Rede de Ensino, também observou a forte inclinação da prova para questões ambientais e de sustentabilidade urbana.
Ela destacou que, embora a prova não tenha trazido muitas atualidades diretas, os textos se conectavam com outras disciplinas como história, sociologia e filosofia, e a redação, por sua vez, abordou a diferenciação populacional, um tema também intrínseco à geografia.
“A prova estava toda contextualizada para COP30, mas não haviam questões específicas [sobre o evento que acontece em Belém]. Ela estava toda voltada para essa questão de ética ambiental”, afirmou. Ela notou a ausência de questões sobre população na prova objetiva, ao contrário da redação, e a forte presença de tópicos como fontes de energia, impactos ambientais e sustentabilidade.
Assista a live da CNN Brasil com correção da prova em tempo real
Acompanhe na CNN Brasil a correção extraoficial ao vivo do exame.
Nos dois domingos de prova, nos dias 9 e 16 de novembro, a partir das 20h, os professores do Objetivo estarão nos nossos estúdios para uma live com a resolução das questões, análises e comentários.