Dr. Kalil: Obesidade já foi estética, hoje é doença, afirma especialista

No CNN Sinais Vitais, Viviane Rocha, cardiologista da Unidade Clínica de Lipídios do Instituto do Coração (Incor) do HC-FMUSP, explicou que a obesidade, anteriormente vista apenas como uma questão estética, é hoje reconhecida como uma doença crônica que requer atenção médica e tratamento adequado. Esta mudança de perspectiva reflete a crescente compreensão dos riscos significativos que a condição representa para a saúde.

De acordo com a especialista, a obesidade pode afetar a saúde cardiovascular tanto de forma direta quanto indireta. Entre os efeitos indiretos estão o aumento da pressão arterial, alterações nos níveis de triglicerídeos, diminuição do HDL (colesterol bom) e maior risco de desenvolvimento de diabetes.

O tecido adiposo abdominal, que se acumula entre os órgãos e infiltra estruturas como fígado, coração e rins, provoca um processo inflamatório significativo no organismo. Este processo ocorre quando as células gordurosas crescem e comprimem os vasos sanguíneos, causando isquemia – uma condição caracterizada pela redução do fluxo sanguíneo.

Jaqueline Scholz, Professora Livre-Docente de Cardiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), complementa dizendo que esta inflamação sistêmica está diretamente relacionada ao aumento do risco cardiovascular e à resistência à insulina. Além disso, estudos indicam uma associação entre a obesidade e o desenvolvimento de diversos tipos de neoplasias.

O estresse, tanto agudo quanto crônico, também representa um fator de risco significativo para doenças cardíacas, avalia Rocha. Situações como divórcio, luto ou mesmo o estresse cotidiano podem elevar cronicamente a frequência cardíaca, a pressão arterial e os níveis de cortisol e adrenalina no sangue.

Para combater a obesidade, especialistas recomendam medidas simples, mas eficazes, como combater o sedentarismo através de caminhadas regulares e manter uma alimentação equilibrada. O controle do estresse também é fundamental, pois pode influenciar negativamente os hábitos alimentares e o padrão de sono.

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