O diretor da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou, nesta quinta-feira (28), que o esquema de lavagem de dinheiro, identificado na megaoperação envolvendo o Primeiro Comando da Capital (PCC) deflagrada nesta manhã, não serve apenas para um determinado grupo ou a uma facção criminosa específica, mas poderia ser utilizada “por quem quisesse”.
“É um esquema de lavagem de dinheiro, não é uma lavagem de dinheiro de determinado grupo, de determinada facção criminosa. É um esquema de lavagem de dinheiro que infelizmente pode ser utilizado, entre aspas aqui, para quem quisesse utilizar como sonegador, traficante, enfim, toda a sorte de criminoso que quisesse utilizar esse fundo”, afirmou Andrei durante coletiva que ocorreu em Brasília para divulgar detalhes sobre a operação.
Uma força-tarefa envolvendo Ministério Público de São Paulo, Ministério Público Federal e polícias Federal, Civil e Militar e outros órgãos cumpriu mandados nos estados de São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina contra rede ligada ao PCC que adulterava combustíveis e realizava lavagem de dinheiro. Os alvos são acusados de fraudes fiscais, ambientais e econômicas.
Foram deflagradas três operações contra o avanço do crime organizado no setor de combustíveis: a Polícia Federal coordenou as operações Quasar e Tank, enquanto o Ministério Público de São Paulo coordenou a Operação Carbono Oculto. As ações contaram com milhares de agentes de órgãos de segurança em diversos estados brasileiros, em operações simultâneas contra a facção criminosa e a ligação com o setor financeiro.
A “Quasar” tem o objetivo de desarticular esquemas de lavagem de dinheiro, com impacto financeiro e envolvimento de organizações criminosas. Enquanto a “Tank” tem como foco o desmantelamento de uma das maiores redes de lavagem de dinheiro já identificadas no estado do Paraná.
Já a “Carbono Oculto”, visa desmantelar um esquema bilionário de fraudes no setor de combustíveis com infiltração de integrantes da facção PCC (Primeiro Comando da Capital).
Andrei Rodrigues ainda destacou, em um panorama geral, os números da megaoperação. Ele ressaltou que os dados podem sofrer alterações ao longo do dia.
- sequestro judicial de 1.500 automóveis;
- apreensões de 192 imóveis e duas embarcações
- bloqueio de mais de 1 bilhão de reais;
- bloqueio total de 21 fundos fechados de investimento;
- ações em relação a 41 pessoas físicas e 255 pessoas jurídicas
- mais de 300.000 reais em dinheiro vivo apreendido;
- 141 automóveis apreendidos;
- 14 mandados de busca e apreensão
- 14 mandados de prisão preventiva
- 5 pessoas presas no dia de hoje
“Encontramos fracionamento de depósitos, empresas de fachada, intermediadora e operadoras financeiras, coleta de dinheiro, contas-bolsões e adulteração e fraude na venda de combustíveis, enfim, fundamentalmente, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, organização criminosa e adulteração de combustíveis”, reforçou o diretor da PF.