A direita brasileira enfrenta uma divisão interna sobre como reagir à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses de prisão pelo STF.
O cenário político revela diferentes estratégias entre os grupos, especialmente no que diz respeito às medidas a serem tomadas após a decisão judicial.
Com 88 deputados, a bancada do PL na Câmara, mesmo sendo uma das maiores, encontra-se cada vez mais isolada. A liderança do partido definiu como pauta única a busca por anistia aos condenados pela trama golpista, incluindo Bolsonaro.
No entanto, o andamento da proposta enfrenta obstáculos, já que o presidente da casa não estabeleceu prazos nem indicou relator para o texto.
Articulações e resistências
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, planeja ir à Brasília na próxima segunda-feira (15) para buscar apoio parlamentar ao texto da anistia.
Contudo, os principais líderes do centrão mostram-se divididos sobre a proposta. Uma parte do grupo prefere uma alternativa diferente: a revisão do código penal para reduzir as punições aplicadas aos crimes em questão.
Mesmo que uma eventual aprovação ocorra na Câmara, o projeto encontraria resistência no Senado. Otto Alencar, à frente da Comissão de Constituição e Justiça, já sinalizou a interlocutores que não pautará uma anistia ampla, efetivamente travando a medida.
Diante do impasse, a oposição busca outras frentes de atuação, como o investimento na CPMI do INSS, especialmente após a Polícia Federal prender dois suspeitos de desvios em aposentadorias.
Paralelamente, os partidos do centrão articulam a aprovação da PEC da blindagem, que propõe retirar do Supremo os processos contra parlamentares e ampliar as proteções aos mandatos de deputados e senadores.