Deputados debatem se prisão de Bolsonaro fortalece ou enfraquece anistia

Os deputados federais Lindbergh Farias (PT-RJ) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) debateram no CNN Arena desta segunda-feira (24) se a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fortalece ou enfraquece o projeto de anistia, que prevê perdão aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

Para Lindbergh, líder do PT na Câmara, a proposta de anistia já foi “sepultada”, pois, segundo ele, a forma como ocorreu a tentativa de violação da tornozeleira de Bolsonaro “desmoraliza” todo o debate em torno do tema,

“Seria uma loucura a Câmara entrar nisso, seria uma brutal interferência do Poder Legislativo em um julgamento independente do Supremo Tribunal Federal (…)”, afirmou.

 

Além disso, Lindbergh afirmou que o ex-presidente sempre tentou escapar, lembrando que Bolsonaro dormiu dois dias na Embaixada da Hungria, em Brasília.

Já para Sóstenes, líder do PL na Casa, a prisão de Bolsonaro, “nem ajuda, nem atrapalha” o andamento da proposta, lembrando que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), já pautou o regime de urgência para o projeto, aprovado por 311 votos favoráveis contra 163 contrários em outubro deste ano, mas que segue em impasse.

“Anistia nunca esteve tão forte como agora (…) nós pela primeira vez estamos vendo uma decisão de prisão de ex-presidente da República porque seu filho convocou uma vigília de oração (…) se configura como uma perseguição religiosa”, rebateu.

Ainda durante sua fala, o parlamentar afirmou que o ministro Alexandre de Moraes é um “violador de direitos humanos e um psicopata em alto grau”, que “fez questão de prender Bolsonaro no dia 22”, que é o número de partido pelo PL.

Ao fim do debate, ao ser questionado sobre se as alegações de doença do ex-presidente enterra de vez a volta para a prisão domiciliar, Sóstenes defendeu que “quanto mais perseguição houver, mais forte Bolsonaro e a direita ficará (…) lutando pra que a Anistia seja pautada. Dizer que isso vai enfraquecer, jamais – e fortalece ainda mais, prova a injustiça”.

Já para Lindbergh, a anistia “enterrou de vez”, ao dizer que a defesa quer “justificar o injustificável”, além de afirmar que Moraes “não tinha outra opção” a não ser decretar a prisão preventiva, citando a tentativa de violação da tornozeleira eletrônica.

O ex-presidente está preso preventivamente desde o último sábado (22) e durante audiência de custódia no domingo (23) afirmou explicou que teve uma “certa paranoia” entre durante a madrugada de sexta (21) para sábado, além de negar qualquer intenção de fuga.

Isso teria acontecido em razão de medicamentos que têm tomado, receitados por médicos diferentes, e que interagiram de forma inadequada. O ex-chefe do Executivo ainda disse que tem sono “picado” e não dorme direito.

Em sua fala, alegou que esses fatores o levaram, por volta da meia-noite, a mexer na tornozeleira com um ferro de solda, porque tem curso de operação desse tipo de equipamento.

Depois, citou que “caindo na razão” cessou o uso da solda, ocasião em que comunicou os agentes penitenciários que acompanham sua custódia.

FONTE

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *