O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pediu neste domingo (7) para que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) consiga “ir às urnas” em 2026, fazendo uma referência à uma candidatura a presidente para o pleito do próximo ano. Bolsonaro está inelegível até 2030 por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
“Deixa o Bolsonaro ir para a urna. Qual o problema?”, afirmou o governador durante discurso em um ato de 7 de setembro, na avenida Paulista. “Ele é nosso candidato e, indo para a urna, vai vencer a eleição.”
O chefe do Executivo paulista discursou junto a membros da direita brasileira em um trio elétrico, reforçando Bolsonaro como o candidato à Presidência.
Em entrevista recente à CNN, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, filiado ao mesmo partido de Tarcísio, afirmou que o colega do Republicanos tem compartilhado interesse em disputar à reeleição no próximo ano.
Pesquisas como a divulgada pela Genial/Quaest apontam que a gestão do governador em São Paulo é aprovada por 60% dos entrevistados. Outro levantamento dos mesmos institutos aponta que o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), lideraria em cenários de um eventual segundo turno (43%), mas que Tarcísio seria seu adversário mais próximo (35%).
Já para Bolsonaro, contudo, a porcentagem do líder petista aparece maior, contemplando 47%, contra seus 35%. No panorama, os votos indecisos seriam menores, com 3%; branco, nulos e não vão votar, 15%.
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) tornou Jair Bolsonaro inelegível por oito anos em 2023. A Corte entendeu que o ex-presidente cometeu abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
Outros nomes da direita, como o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o de Goiás, Ronaldo Caiado (União), já lançaram suas pré-candidaturas ao Palácio do Planalto.
Críticas a Moraes
Durante manifestação na avenida Paulista no Dia da Independência, Tarcísio de Freitas também criticou a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Moraes é responsável pelo processo criminal envolvendo Bolsonaro, acusado de liderar uma tentativa de golpe do Estado no país após as eleições de 2022.
O magistrado também ordenou em agosto deste ano a apreensão do passaporte do líder religioso Silas Malafaia, foi alvo de de mandado de busca e apreensão no início da noite desta quarta, no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro.
“Ninguém aguenta mais a tirania de um ministro como Moraes. Ninguém aguenta mais o que está acontecendo nesse país. Eu faço um apelo… Devolvam o passaporte do Silas Malafaia. Devolvam o caderno de sermões do pastor Silas Malafaia. Não é justo tomar o caderno de sermões do sacerdote”, disse Tarcísio ao discursar.
A CNN tenta contato com o gabinete do ministro para comentar a declaração.