A declaração final da Cúpula de Líderes do Mercosul expressou “desapontamento” dos países sul-americanos com a União Europeia pela não assinatura do acordo de livre comércio entre os blocos e não teve menção à situação da Venezuela.
Durante a Cúpula, realizada em Foz do Iguaçu (PR) neste sábado (20), os presidentes brasileiros, Luiz Inácio Lula da Silva, e Javier Milei, se opuseram sobre Venezuela. Desde agosto, os Estados Unidos mobilizam aparato militar no Caribe. A não menção pode refletir a falta de consenso.
Lula afirmou que uma intervenção armada dos Estados Unidos na Venezuela seria uma “catástrofe humanitária” e um “precedente perigoso para o mundo”. Já Milei elogiou a “pressão” do presidente norte-americano, Donald Trump, sobre Nicolás Maduro.
Já com relação ao acordo entre Mercosul e União Europeia, o comunicado de seis páginas reflete aquela que foi a posição consensual entre os líderes: decepção. Apesar disso, os presidentes se disseram confiantes sobre a assinatura do tratado em janeiro.
“[Os Líderes] expressaram desapontamento com a não assinatura do acordo como previsto para a ocasião, por falta de consenso político […] Salientaram que o texto do acordo é resultado de um equilíbrio cuidadosamente alcançado após 26 anos de negociações e que sua assinatura daria uma sinalização positiva ao mundo na atual conjuntura internacional, fortalecendo a integração entre os dois blocos”, diz a declaração.
“Manifestaram sua confiança de que a União Europeia finalizará os trâmites internos que lhe permitam assinar o Acordo, para que a Presidência Pro Tempore de turno e os Estados Partes possam eventualmente fixar uma possível data para a assinatura”, completa.