Crescimento do emprego nos EUA até março sofre forte revisão para baixo

A economia dos EUA provavelmente criou 911 mil empregos a menos nos 12 meses até março do que o estimado anteriormente, informou o governo nesta terça-feira (9), sugerindo que o crescimento do emprego já estava estagnado antes das tarifas agressivas do presidente Donald Trump sobre as importações.

Os economistas haviam estimado que o BLS (Escritório de Estatísticas do Trabalho) do Departamento do Trabalho poderia revisar o nível de emprego de abril de 2024 a março de 2025 com uma redução de entre 400 mil e 1 milhão de empregos.

O nível de emprego para os 12 meses até março de 2024 foi rebaixado em 598 mil empregos.

A leitura é uma estimativa preliminar da revisão anual feita pelo Departamento do Trabalho para os dados de emprego.

Uma vez por ano, o departamento compara seus dados do emprego fora do setor agrícola, levantados com base em pesquisas mensais de uma amostra de empregadores, com um banco de dados muito mais completo de registros de impostos de seguro-desemprego, os dados do QCEW (Censo Trimestral de Emprego e Salários).

Uma revisão final será divulgada em fevereiro, juntamente com o relatório de emprego do Departamento de Trabalho de janeiro. Os estatísticos do governo usarão a contagem final de referência para revisar os dados de emprego dos meses anteriores e posteriores a março.

A revisão dos dados de emprego veio na esteira das notícias da última sexta-feira (5) de que o crescimento do emprego quase estagnou em agosto e que a economia perdeu empregos em junho pela primeira vez em quatro anos e meio.

Além de ser prejudicado pela incerteza decorrente da política comercial, o mercado de trabalho também foi pressionado pela repressão à imigração da Casa Branca, que reduziu a oferta de mão de obra.

A adoção pelas empresas de ferramentas de inteligência artificial e de automação também está reduzindo a demanda por trabalhadores.

Os economistas viram pouco impacto da revisão do crescimento do emprego sobre a política monetária, com a expectativa de que o Federal Reserve retome o corte das taxas de juros na próxima quarta-feira (10), após ter interrompido seu ciclo de flexibilização em janeiro devido à incerteza sobre o impacto das tarifas.

“Preciso, independente e confiável”

O relatório mensal de emprego é baseado em dados derivados do programa CES (Estatísticas Correntes de Emprego), que pesquisa cerca de 121 mil empresas e agências governamentais, representando cerca de 631 mil locais de trabalho individuais.

Os dados do QCEW são derivados de relatórios de empregadores para os programas estaduais de seguro-desemprego e representam cerca de 95% do total de empregos.

No mês passado, os números do emprego de maio e junho, que totalizaram 258 mil empregos, sofreram um forte rebaixamento e irritaram Trump, que demitiu a Comissária do BLS, responsável pelas estatísticas no Departamento do Trabalho, Erika McEntarfer, acusando-a, sem provas, de falsificar os dados de emprego.

Trump nomeou E.J. Antoni para substituir McEntarfer. Antoni, que escreveu artigos de opinião criticando o BLS e até sugeriu a suspensão do relatório mensal de emprego, é considerado não qualificado por economistas de todo o espectro político.

A National Association for Business Economics (Associação Nacional de Economia Empresarial) pediu na segunda-feira que “os formuladores de políticas, líderes empresariais e a comunidade econômica apoiem o BLS e garantam que as estatísticas dos Estados Unidos permaneçam precisas, independentes e confiáveis em todo o mundo”.

Os economistas atribuíram as revisões ao modelo “nascimento e morte”, um método que o BLS usa para tentar estimar quantos empregos foram criados ou perdidos devido à abertura, ou fechamento de empresas em um determinado mês.

Essas empresas não estão inicialmente disponíveis para amostragem.

FONTE

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *