Como se proteger do câncer que afetou Jair Bolsonaro? Médicos respondem

O ex-presidente Jair Bolsonaro, 70, foi diagnosticado, nesta quarta-feira (17), com um carcinoma de células escamosas “in situ”. Ele havia retirado oito lesões de pele dias antes, sendo que duas apresentaram características compatíveis com câncer.

Segundo o médico José Jabur, chefe do grupo de cirurgia dermatológica e de MOHS da Santa Casa de São Paulo, os principais fatores de risco para o câncer de pele envolvem características pessoais e hábitos, como pele, olhos e cabelos claros, sardas e exposição excessiva ao sol.

 

O câncer de pele está entre os mais comuns no mundo e, quando detectado precocemente, costuma ter um tratamento eficaz e simples, geralmente com remoção cirúrgica. Ele é dividido em dois grandes grupos: melanomas e não-melanomas.

Os melanomas são mais agressivos e podem causar metástase, enquanto os não-melanomas — categoria do caso do ex-presidente — geralmente têm um prognóstico mais favorável.

Fatores de risco e características que aumentam a vulnerabilidade

Para José Jabur, “os principais fatores de risco para o câncer de pele são decorrentes do tipo de pele, como pele clara, múltiplas pintas, olhos claros, cabelos claros, sardas e cabelo ruivo”. Além disso, o histórico pessoal e familiar de câncer de pele também aumenta a vulnerabilidade.

Ele reforça que esses fatores não podem ser modificados, mas que a exposição solar excessiva, seja contínua ou episódica, é um risco que pode ser controlado.

O oncologista da Oncoclínicas Flávio Brandão também destaca que a exposição solar crônica é o principal fator de risco e que a cor clara da pele oferece menor proteção natural contra os raios ultravioleta.

O dermatologista Rodrigo Goudart, da Clínica Nilo Estética Avançada, ressalta que o uso de câmaras de bronzeamento artificial, idade avançada e imunossupressão são outros riscos relevantes.

Como se proteger do câncer de pele?

Jabur explica que “as principais maneiras de se proteger são a fotoproteção, evitando queimaduras solares e exposições excessivas, e a realização de exames dermatológicos periódicos para detectar qualquer alteração precocemente.”

Flávio Brandão reforça a importância do uso contínuo do protetor solar, não apenas em dias de praia ou piscina, mas diariamente, pois a exposição solar do dia a dia também é prejudicial. Para quem trabalha ao ar livre, ele recomenda o uso de roupas com proteção ultravioleta, consideradas equipamentos de proteção individual (EPIs).

Rodrigo Goudart sugere medidas práticas como usar protetor solar de amplo espectro FPS 30 ou mais, reaplicado a cada duas horas, evitar exposição solar intensa entre 10h e 16h, além do uso de chapéu, óculos escuros e roupas que cubram o corpo. Ele enfatiza que pessoas expostas ao sol com frequência precisam ser ainda mais rigorosas com essas medidas.

Jabur destaca que “a avaliação periódica com dermatologista é essencial, especialmente para pessoas de maior risco, para que qualquer lesão suspeita seja detectada e tratada em estágios iniciais”. O tratamento na maioria dos casos é cirúrgico e simples, com remoção do tumor, e tem alta taxa de cura.

Histórico familiar e genética

O histórico familiar é um fator que merece atenção, principalmente para casos de melanoma, conforme apontam os médicos.

Jabur explica que “histórico familiar, especialmente entre parentes de primeiro grau, aumenta o risco, pois essas pessoas geralmente herdam uma pele mais clara e suscetível.”

Flávio Brandão cita também síndromes genéticas raras, como xeroderma pigmentoso e albinismo, que elevam significativamente o risco.

Tratamento do câncer de pele

O tratamento mais comum para o câncer de pele é a remoção cirúrgica do tumor. Jabur reforça que “a pele é um órgão externo e, por isso, a primeira medida é sempre retirar o tumor cirurgicamente, com procedimentos que variam conforme o tipo e agressividade do câncer.”

FONTE

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *