Começa a defesa de Ramagem: advogado rejeita crime de organização criminosa

O advogado de Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Paulo Renato Cintra, rejeitou nesta terça-feira (2) a denúncia de crime de organização criminosa contra o deputado federal.

A defesa alegou que as atividades de organização criminosa imputadas a Ramagem “se perpetuam até 8 de janeiro, momento em que Alexandre Ramagem já havia sido diplomado deputado federal”.

Ramagem responde por organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. O deputado federal também foi acusado de dano qualificado com violência ou grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração do patrimônio tomado.

De acordo com a investigação, enquanto diretor da Abin, Ramagem buscou indícios de que a eleição de 2022 teria sido fraudada.

No início de maio, a Câmara dos Deputados aprovou um pedido de suspensão parcial da ação penal contra o parlamentar. Com isso, ele passou a responder por somente três dos cinco crimes que havia sido acusado: golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

O julgamento

O julgamento do núcleo 1 começou nesta terça-feira. A sessão iniciou com leitura do relatório do processo, realizado em cerca de 1h40 pelo relator do caso e ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, seguida da sustentação oral de Paulo Gonet, procurador-geral da República.

O colegiado da Primeira Turma do STF é formado, além de Moraes por: Cristiano Zanin (presidente da Turma), Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia.

Ao final do processo, os réus poderão ser condenados ou absolvidos — decisão que será tomada por maioria simples, ou seja, três votos são suficientes para definir o resultado.

Quem são os réus do núcleo 1?

Além do ex-presidente Jair Bolsonaro, o núcleo crucial do plano de golpe conta com outros sete réus:

  • Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-presidente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência);
  • Almir Garnier, almirante de esquadra que comandou a Marinha no governo de Bolsonaro;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) de Bolsonaro;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa de Bolsonaro; e
  • Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil no governo de Bolsonaro, candidato a vice-presidente em 2022.

Por quais crimes os réus estão sendo acusados? 

Bolsonaro e outros réus respondem na Suprema Corte a cinco crimes. São eles: 

  • Organização criminosa armada; 
  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; 
  • Dano qualificado pela violência e ameaça grave; 
  • Deterioração de patrimônio tombado. 

A exceção fica por conta de Ramagem. No início de maio, a Câmara dos Deputados aprovou um pedido de suspensão a ação penal contra o parlamentar. Com isso, ele responde somente aos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. 

FONTE

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *