Clubes aumentam os investimentos de projetos para revelar atletas

O fortalecimento das iniciativas de formação tem levado diversos clubes brasileiros a ampliar seus projetos voltados à revelação de jovens jogadores. Nos últimos anos, o número de centros de treinamento e escolas esportivas aumentou, acompanhando uma demanda maior de jovens que têm buscado no futebol não apenas uma oportunidade competitiva, a oportunidade real de desenvolvimento pessoal.

Segundo o Datafolha, o futebol permanece como o esporte preferido entre o público de 6 a 17 anos, escolhido por 48% dos jovens — um índice bastante superior ao registrado por outras modalidades. Outro estudo, realizado pelo Instituto Movimento com mais de 2 mil responsáveis, apontou o futebol como a atividade extracurricular mais procurada no país, representando 38% das matrículas esportivas infantis.

Com a evolução tecnológica e a consequente mudança de exigências dentro de campo, clubes como Corinthians, Santos, São Paulo, Internacional e Sport vêm reforçando parcerias de longo prazo, que vão além do futebol profissional. Essas iniciativas abrangem programas de base, projetos sociais e ações voltadas as comunidades.

Um exemplo é o Sport, que firmou parceria com a Time Forte — maior gestora de escolas de esportes do país — com a meta de inaugurar até 80 novas unidades e ampliar de forma significativa o número de alunos. A ideia é transformar o projeto no maior do Nordeste e do Brasil.

“Mais que formar jogadores, o projeto busca transformar vidas, fazendo com que cada aluno vista a camisa do Leão com orgulho, dentro e fora do campo”, destaca o clube.

O acordo ainda determina que 10% das vagas sejam destinadas a jovens de baixa renda. Dados da Unesco mostram que programas esportivos voltados para populações vulneráveis podem elevar em até 28% o engajamento escolar e reduzir a evasão em aproximadamente 14%, evidenciando a importância de iniciativas inclusivas no esporte.

No Nordeste, o Fortaleza celebrou a abertura de 32 escolas em território nacional, dentro de uma estratégia de expansão ampla.

“Os alunos têm todo o suporte para estudar lá. É gratificante ver o projeto tomando corpo. Nossa meta é chegar a 100 escolas até o fim do contrato, que ainda tem quatro anos, e esperamos atingir essa marca antes.”, afirma Renan Menezes, gerente de licenciamento do Fortaleza.

O projeto já reúne cerca de 3.300 alunos e revelou 10 jogadores atualmente integrados às categorias de base.

A Time Forte também atua ao lado do Internacional, desempenhando papel estratégico na expansão das categorias de base. Para Luiz Caldas Milano Junior, diretor geral da base colorada, o trabalho conjunto fortalece o compromisso de democratizar o acesso ao esporte.

“Sabemos que a base tem um papel fundamental na estrutura dos clubes brasileiros, englobando vários aspectos da gestão, como responsabilidade social, finanças, desempenho esportivo e até mesmo a parte de branding. Nossa parceria com a Time Forte é uma forma de ampliar o acesso de jovens ao esporte, oferecendo estrutura, acompanhamento e oportunidades de desenvolvimento, além de levar a marca da instituição de forma positiva para os quatro cantos do país”, enfatiza

No interior de São Paulo, o Botafogo-SP avançou em ações de inclusão por meio do projeto “Celeiro de Campeões”, que oferece aulas gratuitas a crianças da região de Ribeirão Preto. A iniciativa, implementada inicialmente em Altinópolis e Jardinópolis, já atende cerca de 300 jovens entre 7 e 15 anos, combinando esporte, educação e novas oportunidades.

“A gente vê esse projeto muito pelo lado social, com o intuito que esses jovens tenham atividades esportivas e se aprimorem no futebol. Estamos dando também mais um passo na formação de jogadores para que o Botafogo seja novamente um celeiro de craques”, explica André Leite, executivo de futebol do Botafogo-SP.

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