Chefes de finanças do G20 reforçam importância de independência de BC’s

Os líderes de finanças dos países do G20 chegaram a um comunicado nesta sexta-feira (18) que enfatizou a importância da independência dos bancos centrais, após uma reunião de dois dias em Durban, na África do Sul.

Os ministros das Finanças e os presidentes de bancos centrais se comprometeram a aumentar a cooperação ao selar seu primeiro comunicado desde outubro de 2024, um mês antes da vitória eleitoral do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e de sua subsequente guerra tarifária.

A questão da independência dos bancos centrais pesou bastante na reunião, após as repetidas críticas de Trump ao chair do Federal Reserve, Jerome Powell, por não cortar a taxa de juros.

O comunicado foi elaborado na ausência do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, na reunião de dois dias, embora Washington tenha sido representada por Michael Kaplan, subsecretário interino do Tesouro para assuntos internacionais.

Bessent também não compareceu à reunião anterior dos chefes de finanças do G20, realizada na Cidade do Cabo em fevereiro, embora Washington deva assumir a presidência rotativa do grupo em dezembro.

“Os bancos centrais estão fortemente comprometidos em garantir a estabilidade de preços, de acordo com seus respectivos mandatos, e continuarão ajustando suas políticas de forma dependente dos dados. A independência dos bancos centrais é fundamental para atingir esse objetivo”, afirmou o comunicado.

O vice-ministro das Finanças da África do Sul, David Masondo, disse a repórteres que os resultados da reunião contidos no comunicado foram “consentidos por todos os membros” e se concentraram em “questões macroeconômicas estratégicas”.

O comunicado também reconheceu “a importância da Organização Mundial do Comércio para o avanço das questões comerciais”, acrescentando que o órgão precisa de reformas.

O acordo é visto como uma conquista, embora os comunicados emitidos pelo G20, que surgiu como um fórum de cooperação para combater a crise financeira global de 2008, não sejam vinculativos.

Os ministros das Finanças do G20 não conseguiram chegar a uma posição conjunta quando se reuniram em fevereiro, para a consternação da anfitriã África do Sul.

A África do Sul, sob o lema de sua presidência “Solidariedade, Igualdade, Sustentabilidade”, teve como objetivo promover uma agenda africana, com tópicos que incluem o alto custo do capital e o financiamento para ações contra as mudanças climáticas.

Os ministros das Finanças e os chefes de bancos centrais afirmaram no comunicado desta sexta-feira que estão comprometidos em abordar as vulnerabilidades da dívida em países de baixa e média renda de forma eficaz, abrangente e sistemática.

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