Caso Gritzbach: Justiça Militar condena 11 policiais por escolta ilegal

A Justiça Militar do Estado de São Paulo condenou 11 dos 15 policiais militares envolvidos na morte do empresário e delator do PCC (Primeiro Comando da Capital) Vinicius Gritzbach. O delator foi executado com dez tiros em 8 de novembro de 2024, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.

Os 11 policiais foram condenados por integrar uma organização criminosa armada. As penas variam de cinco anos e três meses até sete anos e cinco meses, em regime inicial semiaberto. Outros quatro réus foram absolvidos.

Segundo a decisão, a conduta dos agentes de realizar proteção armada a um integrante de uma organização criminosa é contrária às regras de disciplina da Polícia Militar e tiveram sérios abalos à ordem pública.

Ainda de acordo com a Justiça Militar, os condenados não terão direito de recorrer da decisão em liberdade e a prisão preventiva daqueles que já estavam presos ao longo do processo foi mantida.

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Relembre o caso

empresário Antônio Vinicius Lopes Gritzbach foi morto com dez tiros, na tarde de 8 de novembro de 2024, quando desembarcava no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.

Gritzbach havia delatado o envolvimento de policiais de SP com integrantes do PCC em depoimento poucos dias antes de ser assassinado. O delator também teria prometido, no acordo, entregar a “hierarquia” da operação envolvendo a facção criminosa e os agentes envolvidos.

Imagens do circuito de segurança do aeroporto mostram dois homens descendo de um carro, na área de embarque e desembarque, enquanto o delator se preparava para entrar em um veículo.

Na cena, Gritzbach percebe o movimento após o primeiro disparo, e tenta pular a mureta, mas acaba alvejado pelos disparos. Um carro com as características das que aparece nas imagens, utilizado pelos suspeitos, foi localizado abandonado em uma avenida próxima ao aeroporto.

Investigação da Polícia Civil

De acordo com a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) finalizou o inquérito que apura a morte do delator do PCC. A investigação da morte revelou uma ampla “teia do crime”.

A investigação conseguiu identificar mandantes, executores e articuladores do crime. Três policiais militares, identificados como os executores, foram denunciados e serão submetidos a júri popular. Um total de 18 PMs foram acusados; 14 deles permanecem detidos no Presídio Militar Romão Gomes.

As investigações apontaram Emílio Carlos Gongorra, conhecido como “Cigarreira”, de 44 anos, como o mandante da execução, com auxílio de Diego Amaral, chamado de “Didi”, e de um olheiro conhecido como “Kauê”. Conforme o DHPP, a motivação se deu por vingança e disputa financeira relacionada à lavagem de ativos e criptomoedas.

Cigarreira, é acusado de ter vinculo com o Comando Vermelho, e teria contratado os PMs através do olheiro. Dois deles atuaram como atiradores, enquanto o terceiro dirigiu o carro usado na fuga. A Polícia Civil confirmou, através de cruzamentos de dados e imagens, a presença dos executores na cena do crime.

O DHPP declarou que o núcleo central do crime foi esclarecido, mas as investigações seguem em sigilo, com enfoque na captura dos foragidos e na completa elucidação da rede criminosa.

*Sob supervisão de Luan Leão

FONTE

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