Cartilha orienta influenciadores sobre como falar de depressão nas redes

Em um mundo cada vez mais conectado, o papel de influenciadores se torna cada vez mais relevante no debate público sobre saúde mental e depressão. Nesse sentido, a Associação Brasileira de Psiquiatra (ABP) lançou uma cartilha com o objetivo de orientar criadores de conteúdo sobre como abordar prevenção a doenças mentais e ao suicídio de forma responsável e consciente nas redes.

O material, intitulado “Como falar sobre Saúde Mental e Setembro Amarelo: um guia para influenciadores e criadores de conteúdo“, traz dicas para influenciadores falarem sobre os temas especialmente durante o Setembro Amarelo, orientado a como abordar o assunto sem gerar possíveis gatilhos e com os cuidados necessários.

“Nos dias atuais, as pessoas passam muito tempo nas redes sociais acompanhando a rotina de influenciadores digitais, se inspiram e são influenciadas por eles. Falar sobre doenças mentais, tratamento psiquiátrico, prevenção do suicídio e Setembro Amarelo são pautas que causam empatia, geram engajamento e impactam milhões de pessoas”, afirma Antônio Geraldo, presidente da ABP, à CNN.

“Por isso é importante que os influenciadores saibam como abordar estes temas com responsabilidades e sejam nossos aliados na prevenção do suicídio”, completa.

A ABP defende que a forma como os influenciadores falam sobre a prevenção do suicídio, prevenção de doenças mentais e cuidados com a saúde mental pode fazer a diferença na vida de uma pessoa que está ali acompanhando e precisa de ajuda. O uso de palavras inadequadas, narrativas sensacionalistas ou informações sem embasamento pode mais atrapalhar do que ajudar. Por outro lado, conteúdos bem orientados podem salvar vidas, na visão dos especialistas.

“Com esta cartilha, queremos evitar que sejam compartilhadas informações sem base científica, uso de linguagem que reforce preconceitos, sensacionalismo, romantização do sofrimento, etc”, afirma Geraldo.

Entre as recomendações da cartilha, estão: usar sempre fontes confiáveis, evitar romantizações ou descrições detalhadas de casos de suicídio, e, principalmente, incentivar a busca por ajuda profissional com psiquiatras, psicólogos ou serviços como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).

A ABP acredita que a influência e a proximidade com o público podem tornar os influenciadores aliados importantes nesta campanha. Uma fala empática, uma indicação correta ou um post acolhedor podem fazer a diferença para alguém que está enfrentando um momento difícil.

“Eles podem ser uma ponte entre quem está nas redes sociais e a ajuda, por exemplo, onde as pessoas podem buscar informações confiáveis sobre as doenças mentais e onde encontrar ajuda especializada com psiquiatras, psicólogos ou CAPS”, defende Geraldo.

Por outro lado, a especialista alerta que alguns tipos de conteúdo podem ser prejudiciais e devem ser evitados pelos influenciadores.

“Contar histórias detalhando métodos de suicídio pode ser altamente prejudicial para uma pessoa com ideação suicida, por exemplo. Esse é o exemplo mais grave. Porém, há outras ações que parecem inofensivas, mas podem causar danos à saúde mental, como expor excessivamente a vida pessoal, gerando comparações, uso exagerado de filtros, divulgar jogos de azar e apostas online ou estimular o uso de drogas e álcool”, afirma.

Além da cartilha voltada aos influenciadores, o site da Campanha Setembro Amarelo reúne outros materiais educativos e informativos para diferentes públicos. Todos os conteúdos estão disponíveis gratuitamente.

FONTE

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *