Uma investigação conduzida em 2019 contra o PCC resultou na apreensão de uma carta manuscrita que determinava ataques a autoridades do Estado de São Paulo. Na carta, o então delegado-geral de Polícia, Ruy Ferraz Fontes — morto em uma emboscada na última segunda-feira (15) — aparecia como um dos principais alvos.
O documento, obtido durante a prisão em flagrante de um integrante da facção, listava missões de execução e foi atribuído ao “Sintonia Geral”, núcleo de liderança da organização criminosa.
Também foram citados investigadores da Polícia Civil e outros agentes de segurança. O texto deixava claro que as ordens partiam da alta cúpula e que o descumprimento das missões implicaria punição com a própria vida dos envolvidos.
“Em cima dessa caminhada, a sintonia deixa ciente que se não for concluída cada missão, a cobrança com nossos irmãos será a altura pagando com a própria vida”.
Segundo a denúncia do Ministério Público, o material foi considerado de “fundamental importância” para avançar nas investigações, por revelar a hierarquia interna da facção e a forma como o “Bonde dos 14”, célula responsável pela zona leste da capital, executava tarefas atribuídas pelo comando.
Morte do ex-delegado
O ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo foi assassinado a tiros na noite de segunda-feira (15), em Praia Grande, no litoral paulista. Imagens de câmeras de segurança obtidas pela CNN mostram criminosos armados com fuzis durante a ação.
Segundo as informações, ao tentar fugir, o carro da vítima foi atingido por um ônibus e capotou. Em seguida, os criminosos se aproximaram e realizaram a execução. Após o crime, os suspeitos fugiram.
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A corporação confirmou que o ex-delegado não resistiu aos ferimentos após o ataque. Ruy Ferraz Fontes ocupava atualmente o cargo de secretário de Administração da Prefeitura de Praia Grande.
Ele atuava contra a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e era considerado um dos principais inimigos da facção.