Uma operação do FBI prendeu mais de 30 pessoas nos Estados Unidos na quinta-feira (23) em meio à investigação de um grande esquema de apostas esportivas ilegais e manipulação de jogos de pôquer supostamente ligados à máfia italiana no país.
Grandes estrelas da NBA eram usadas para atrair apostadores para os jogos de pôquer, que teriam sido fraudados através do uso de tecnologia sofisticada, incluindo máquinas adulteradas, lentes de contato especiais, câmeras escondidas e mesas com raio-x para poder identificar as cartas do jogo.
Segundo informações divulgadas pelo governo dos EUA, os esquemas fraudulentos de pôquer geraram um prejuízo de pelo menos US$ 7 milhões (aproximadamente R$ 37 milhões, segundo a cotação atual) para as vítimas.
Dentre os presos nesta semana, estão um jogador e um técnico da NBA, além de membros de três das principais famílias ligadas a La Cosa Nostra – máfia italiana nos EUA.
Golpe cinematográfico
Em um jogo de pôquer legítimo, o dealer (aquele que distribui as cartas no jogo de pôquer) usa uma máquina para embaralhar o baralho de maneira aleatória antes de entregar para cada jogador sua mão.
Segundo os documentos da acusação, os jogos fraudados utilizavam máquinas de embaralhar previamente alteradas com uma tecnologia que permitia ler a ordem das cartas do baralho. Como as cartas são sempre distribuídas em uma ordem específica, era possível determinar qual jogador teria a mão vencedora da rodada.
Essas informações eram transmitidas para um membro do esquema fora da mesa, que então as enviava por celular para um dos participantes do jogo. Esse jogador era responsável por transmitir a informação através de sinais (como tocar em certos itens da mesa) para os outros jogadores envolvidos no golpe.
Coletivamente, os jogadores à mesa que faziam parte do esquema usavam essas informações para vencer as vítimas desavisadas, que chegaram a perder dezenas ou centenas de milhares de dólares em um só jogo.
Tecnologias sofisticadas
Além da máquina de embaralhar adulterada, o grupo também usava outras tecnologias para trapacear, conforme divulgado pelo governo dos EUA.
Também eram usadas bandejas de fichas capazes de identificar as cartas de cada jogador através de câmeras escondidas, mesas com tecnologia de raio-x para ler as cartas viradas para baixo e até lentes de contato ou óculos especiais que permitiam que os jogadores identificassem cartas pré-marcadas.