O setor cafeeiro brasileiro aguarda com expectativa os resultados das negociações entre Brasil e Estados Unidos para a suspensão das tarifas impostas ao café brasileiro. Em entrevista ao Agora CNN, Marcos Antônio Matos, diretor-geral do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil), ressalta que “o café é estratégico para ambos os países”.
Matos detalha que a entidade tem trabalhado junto à delegação brasileira, fornecendo informações e subsídios para as negociações, que incluem pedidos de suspensão das tarifas e ampliação da lista de exceções.
O setor tem enfrentado sérias dificuldades desde julho deste ano, quando uma tarifa adicional de 40% foi somada aos 10% já existentes. No entanto, o diretor-geral do Cecafé detalha que as consequências são visíveis tanto para exportadores brasileiros quanto para consumidores americanos, com aumentos superiores a 30% no preço do café nos EUA.
Do lado brasileiro, diversos contratos foram postergados ou cancelados, gerando incerteza no principal mercado consumidor. “Nós temos que reverter essa situação o mais rápido possível”, ressalta.
Perspectivas e preços
Mato relembra que as cotações do café arábica em Nova York saltaram de US$ 284 por libra-peso em julho para mais de US$ 400, atingindo recordes históricos em 30 anos. “Com a tarifa de 50% imposta ao Brasil, o valor ultrapassa US$ 600 por libra-peso, inviabilizando praticamente a participação brasileira no mercado”, afirma.
O setor espera que a suspensão das tarifas traga mais previsibilidade e igualdade de competição entre os países. O mercado já demonstra otimismo, com cotações futuras para 2026 em níveis inferiores às atuais, sinalizando expectativa de normalização do comércio.