Brics se reúne e reforça pedido por comércio integrado em resposta a Trump

Os países do Brics defenderam uma maior cooperação comercial entre o bloco em meio às tarifas de Donald Trump durante uma reunião extraordinária convocada pelo presidente Lula. Nela, o líder chinês, Xi Jinping, pregou um multilateralismo liderado pela China, não pelos Estados Unidos.

Também estavam na reunião o presidente russo, Vladmir Putin e chefes de Estado da África do Sul, Indonésia, Irã e outros países-membros do grupo.

Desde a última cúpula do Brics, realizada em julho, Brasil e Índia receberam as maiores tarifas impostas pelos Estados Unidos, de 50%. Do lado brasileiro, Lula afirmou que a Organização Mundial do Comércio está “paralisada” e que o Brics é uma opção para mitigar efeitos do protecionismo americano.

A chantagem tarifária está sendo normalizada como instrumento para conquista de mercados e para interferir em questões domésticas“, disse Lula.

Em 2024, o Brics representava 36% das exportações brasileiras, com US$ 121 bilhões em produtos vendidos – uma alta de 22% na comparação com 2023. A ideia do país é seguir expandindo o negócio intrabloco para reduzir o peso das taxas de Trump.

Já os indianos se aproximaram da China como forma de compensar o tarifaço e ampliar possíveis parcerias. Na reunião, o ministro de Relações Exteriores indiano, Subrahmanyam Jaishankar, disse que o mundo precisa de um mercado sustentável e clamou por um comércio mais conectado entre o Brics.

“Aumentar as barreiras e complicar as transações não ajudará. O próprio Brics pode dar o exemplo revisando os fluxos comerciais entre seus Estados-membros.”, afirmou.

A China foi quem se apresentou como uma potencial liderança para a aproximação comercial do bloco e para o multilateralismo global. O presidente chinês, Xi Jinping, sugeriu “apoio mútuo” como uma forma de combater as tarifas.

Na reunião, Xi manteve o foco na defesa das economias dos países que foram o bloco e afirmou que o Brics será capaz de superar as incertezas no cenário global.

A fala de Xi Jinping acontece em meio a uma trégua na guerra tarifária iniciada pelos EUA contra a China, marcada para acabar em outubro. No auge do conflito, as taxas entre os dois países chegaram a ultrapassar os 100%. Mas, com o tratado, os americanos mantêm uma taxa de 30% para os produtos da China, enquanto Pequim cobra 10%.

Trump já ameaçou mais de uma vez tarifar o Brics e países alinhados por considerar o grupo como “antiamericano” e uma ameaça à hegemonia do dólar como moeda de comércio internacional.

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