Brasileiros defendem que empresas invistam no clima, diz Ipsos

Pesquisa global “Atitudes em relação à COP30”, realizada pela Ipsos em 30 países, com 23,7 mil entrevistados, revela que 64% dos brasileiros defendem que empresas e indústrias destinem parte de seus lucros para financiar ações de combate às mudanças climáticas.

O estudo aponta ainda apoio a reparações financeiras de países desenvolvidos às nações mais afetadas e mostra opinião dividida sobre a eficácia da conferência.

No Brasil, 70% dos entrevistados concordam que as empresas priorizam o lucro em detrimento das preocupações ambientais, ante 69% da média global.

Além disso, 59% dos brasileiros acreditam que os países desenvolvidos devem fornecer reparações financeiras às nações mais afetadas pelos desastres climáticos. Entre os 30 países analisados, a média global é de 55%. Indonésia (75%), África do Sul (69%), Colômbia (68%) e Itália (66%) são os países com maior concordância. Já Estados Unidos (42%), Alemanha (41%) e Japão (38%) apresentam menor adesão a essa ideia.

Globalmente, 54% dos entrevistados acreditam que bilionários devem arcar com a maior parte dos custos do combate às mudanças climáticas. Sobre a Amazônia, 42% consideram que a expansão do agronegócio é incompatível com a proteção da floresta.

No Brasil, 61% concordam que países que preservam suas florestas devem receber financiamento para isso, e 62% apoiam penalizações para quem desmata.

A opinião pública global está dividida quanto à eficácia da COP30 (30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), quando a conferência é realizada pela primeira vez na Amazônia. Globalmente, 49% consideram a conferência “meramente simbólica”, sem ações reais, enquanto 43% dos brasileiros compartilham essa visão.

Por faixa etária, 45% da “geração Z” acredita que a COP30 será eficaz, contra 29% entre os “boomers”. Cidadãos do Sul Global demonstram maior otimismo: 51% consideram o evento efetivo no Oriente Médio/África, 43% na Ásia-Pacífico e 39% na América Latina. O ceticismo é maior em economias avançadas, com 25% de europeus, 24% da América do Norte e 22% do G7 acreditando na efetividade da conferência.

Globalmente, 39% definem o sucesso da COP30 como “proteger, reflorestar e mudar a economia para torná-la sustentável”. Apenas 11% consideram que “simplesmente parar o desmatamento” não é suficiente, e 4% concordam que “o desmatamento é parte do desenvolvimento e deve continuar”.

A pesquisa aponta os principais obstáculos para atingir metas climáticas: falta de vontade política entre líderes governamentais (42% global e 47% no Brasil), fraca fiscalização contra desmatamento e poluição (34% global e 44% no Brasil) e falta de financiamento para projetos ambientais (31% global e 29% no Brasil).

Apesar disso, 55% consideram que a COP30 é uma oportunidade para o Brasil demonstrar liderança em sustentabilidade, e 56% defendem que povos indígenas e comunidades tradicionais desempenhem papel de liderança nas decisões climáticas.

O propósito do evento não é amplamente compreendido: apenas 44% reconhecem corretamente que a COP é uma reunião para negociar ações para combater as mudanças climáticas.

A pesquisa foi conduzida pela Ipsos em sua plataforma online Global Advisor e, na Índia, na plataforma IndiaBus, entre 20 de junho e 4 de julho de 2025. Foram entrevistados adultos de diferentes faixas etárias e países, com amostras representativas da população urbana conectada.

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