O presidente Lula ligou nesta quinta-feira (7) para o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, para discutir o tarifaço americano de 50% que atinge os dois países. Os líderes prometeram ampliar a integração entre as economias brasileira e indiana.
Brasil e índia são os dois países com as tarifas de importação mais altas implementadas pela Casa Branca.
Washington justifica a taxa contra os produtos nacionais afirmando que a Justiça persegue o ex-presidente Jair Bolsonaro e que o Brasil implementa barreiras injustas aos produtos americanos.
Já no caso da Índia, a justificativa é de que Nova Délhi financia a invasão da Rússia à Ucrânia ao comprar petróleo e derivados de Moscou.
Na ligação de hoje, Lula e Modi prometeram aprofundar a integração entre os dois países.
Logo depois, o planalto afirmou que o premiê concordou em ampliar a cobertura do acordo comercial entre o Mercosul e a Índia.
Também nesta quinta-feira, a Casa Branca passou a cobrar o que chama de tarifas retaliatórias contra praticamente todos os parceiros americanos.
A implementação das barreiras elevou a tarifa de importação média para cerca de 20%. Antes de Trump entrar na presidência, era 2,5%.
Em Brasília, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, tem sido o principal articulador entre o Planalto e a Casa Branca. Ele se encontrou nesta quinta-feira com o encarregado de negócios da embaixada americana. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, marcou para quarta-feira que vem uma reunião com o secretário do Tesouro, Scott Bessent.
A Embaixada Americana no Brasil publicou uma nota em que acusa o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, de censurar e perseguir Bolsonaro e os apoiadores do ex-presidente. A representação diplomática ainda fez um alerta, de que monitora de perto o que chamou de aliados de Moraes no Judiciário.
A nota ecoa as críticas feitas por bolsonaristas no Congresso Nacional. No Senado, a oposição afirma que conseguiu as 41 assinaturas necessárias para abrir um processo de impeachment contra Alexandre de Moraes.
Davi Alcolumbre, presidente da casa, descartou, entretanto, qualquer possibilidade de pautar inclusive a etapa anterior: a votação sobre a admissibilidade do processo.