O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (24) que ainda não sabe exatamente o pode ou não dizer publicamente, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), que manteve as medidas cautelares impostas contra ele.
“Não está claro o que posso ou não falar. Aguardo. Meus advogados são muito bons e vão dar um parecer amanhã. Tenho o maior prazer de falar com vocês. Estão analisando. Eu não posso errar. Queria muito falar com vocês, mas o que vai acontecer depois vocês não sabem”, disse Bolsonaro em entrevista coletiva.
Na semana passada, Moraes impôs medidas cautelares a Bolsonaro, como o uso de tornozeleira eletrônica, toque de recolher e proibição do uso de redes sociais de forma direta ou por meio de terceiros. Ele foi acusado de coação no curso do processo, obstrução da Justiça e ataque à soberania nacional.
No mesmo dia, o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, anunciou em seu perfil no X que os vistos do ministro e de seus aliados serão revogados. Outros sete ministros da Corte também receberam a penalidade.
Na última segunda (21), a defesa de Bolsonaro foi convocada por Moraes a esclarecer um descumprimento da proibição de usar redes sociais após fazer uma declaração à imprensa.
Nesta quinta, o ministro decidiu não determinar a prisão. Mas, na decisão, afirmou que considerará descumprimento de medida cautelar caso Bolsonaro faça uso de declarações públicas para incitar “milícias digitais” contra a soberania nacional.
No documento, ele afirma que Bolsonaro usa o mesmo “modus operandi” que seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está sendo investigado pelo Supremo por conspirar contra o Brasil nos Estados Unidos.
“[As condutas se alinham] inclusive com a instrumentalização das redes sociais, a partir de diversas postagens coordenadas entre os investigados e seus apoiadores políticos, induzindo e instigando chefe de Estado estrangeiro a tomar medidas para interferir ilicitamente no regular curso do processo judicial, de modo a resultar em pressão social em face das autoridades brasileiras, com flagrante atentado à Soberania nacional”, diz o ministro.