Belarus diz que receberia Maduro caso ele deixasse poder na Venezuela

O presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, afirmou nesta segunda-feira (15) que as portas de seu país “estão abertas” caso o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, decida renunciar.

“Maduro nunca foi nosso inimigo ou adversário. Nunca. Se ele quisesse vir para Belarus, as portas estariam abertas. Mas isso nunca foi discutido”, disse o presidente à Newsmax, segundo um comunicado da agência de notícias estatal Belta.

Na entrevista, Lukashenko, que governa Belarus desde 1994 e venceu as últimas eleições com quase 87% dos votos, foi questionado se receberia Maduro caso o líder venezuelano renunciasse ao poder.

O líder disse que “Maduro não é o tipo de pessoa que vai abandonar tudo e ir embora, ele vai fugir”, e disse que o governo bielorrusso “conversa mais com os americanos sobre a Venezuela do que com Maduro sobre sua renúncia”.

Na última sexta-feira (12), Lukashenko recebeu o enviado especial dos EUA, John Coale, em Minsk, após o que foi anunciada a libertação de 123 prisioneiros — um deles americano — bem como o levantamento de algumas sanções dos EUA contra Belarus.

“Estamos suspendendo as sanções e libertando prisioneiros. Mantemos comunicação constante”, disse Coale, que afirmou que a normalização das relações entre Belarus e os EUA era um objetivo do governo de Donald Trump.

As conversas também abordaram a Venezuela, de acordo com a declaração de Belta.

Entretanto, na quinta-feira, um dia antes do encontro com Coale, Lukashenko reuniu-se com o embaixador da Venezuela na Rússia, principal aliado da Bielorrússia e da Venezuela, Jesús Rafael Salazar Velásquez, para coordenar “algumas questões” com Maduro.

Lukashenko e Salazar Velásquez já haviam se encontrado em novembro, quando o presidente da Bielorrússia convidou Maduro para visitar o país.

“Peço-lhes que transmitam ao meu amigo Nicolás Maduro que estamos sempre à sua espera na Bielorrússia. Já é hora de ele estar aqui na Bielorrússia”, disse ele.

As declarações de Lukashenko surgem em um momento de extrema tensão entre os EUA e a Venezuela, devido ao crescente destacamento militar de Washington no Caribe em meio a uma campanha de pressão contra o governo Maduro.

Até o momento, Maduro não deu a entender que esteja pensando em deixar a presidência da Venezuela.

No entanto, fontes do governo disseram à CNN que a Casa Branca está avaliando discretamente planos de contingência para o caso de Maduro ser deposto.

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