A crescente disputa pela compra de um dos maiores tesouros de Hollywood — a Warner Bros. Discovery — capturou a atenção do presidente Donald Trump, que vê seus próprios interesses envolvidos na transação e parece pronto para tentar influenciar o resultado.
Na noite de domingo (7), Trump declarou que se “envolveria” nas decisões regulatórias sobre a aprovação da venda da empresa para a Netflix, que anunciou na semana passada um acordo de US$ 72 bilhões para adquirir grande parte da Warner Bros. Discovery.
Normalmente, essas decisões são tomadas sem a participação da Casa Branca.
Na manhã seguinte, a empresa rival Paramount lançou uma oferta hostil para a aquisição da Warner Bros. Discovery, citando, em parte, um “processo de aprovação regulatória complexo” da Netflix obter a aprovação do negócio.
Trump evitou tomar partido quando pressionado sobre os acontecimentos algumas horas depois.
“Nenhum deles é particularmente um grande amigo meu”, disse Trump na Sala do Gabinete da Casa Branca. “Quero fazer o que é certo. É muito importante fazer o que é certo.”
Ao adotar uma postura neutra, mas ainda assim sem assumir a responsabilidade pessoal pelo resultado, Trump se colocou diretamente no centro de uma transação que pode remodelar as indústrias cinematográfica e jornalística americanas.
Apesar de afirmar que nenhum dos jogadores era seu amigo, Trump é próximo do bilionário Larry Ellison, cujo filho, David, tornou-se diretor-executivo da Paramount este ano por meio de uma fusão com sua empresa menor, a Skydance Media.
Um alto funcionário da Casa Branca disse que Ellison e Trump discutiram a possibilidade de uma aquisição da Warner pela Paramount.
Nas entrelinhas do documento enviado à SEC (Comissão de Valores Mobiliários), a Paramount revelou que o genro de Trump, Jared Kushner, está envolvido nos esforços de aquisição da empresa como investidor por meio de sua empresa de private equity. Trump afirmou na segunda-feira (8) que nunca discutiu o assunto com Kushner.
Assessores da Casa Branca especulam há tempos sobre quem compraria a Warner Bros. Discovery, empresa controladora da CNN.