A número 1 do mundo Aryna Sabalenka e o australiano Nick Kyrgios disseram estar empolgados com o desafio do imprevisível antes de se enfrentarem no domingo (28), na partida-exibição “Batalha dos Sexos”, que tem dividido opiniões no mundo do tênis.
O duelo entre Sabalenka, tetracampeã de Grand Slam, e Kyrgios, ex-número 13 do ranking mundial, é visto por muitos como entretenimento. Críticos, porém, avaliam que o evento pode enfraquecer o tênis feminino ao banalizar décadas de avanços em direção à igualdade.
A dupla afirmou não dar muita atenção ao debate em torno do confronto, que será realizado na Coca-Cola Arena, em Dubai.
“Este evento é realmente imprevisível, e eu não sei o que esperar”, disse Sabalenka a jornalistas no sábado (27).
“É isso que eu amo, porque é a sensação que você busca quando pratica esporte: essas situações imprevisíveis. Eu adoro me desafiar. Para mim, é um enorme desafio, especialmente jogando contra o Nick, um cara imprevisível e meio louco. Isso é um ótimo treino para mim e também uma grande mensagem para as meninas. Espero que elas assistam e vejam como eu sou forte e resistente por ter coragem de me desafiar a jogar contra um homem”.
Na “Batalha dos Sexos” original, em 1973, a pioneira do tênis feminino Billie Jean King venceu o então ex-campeão de Grand Slam Bobby Riggs, de 55 anos, que defendia que o tênis feminino era inferior ao masculino.
Recentemente, King disse à BBC que, embora a partida de Dubai carregue o mesmo rótulo, não tem o mesmo peso de seu confronto com Riggs. Segundo ela, aquele duelo foi uma luta por mudanças sociais em um contexto cultural muito diferente.
Sabalenka concordou. “Eles estavam lutando por coisas diferentes. Nós estamos aqui para levar o tênis a outro nível, chamar atenção para o nosso esporte e ajudar no seu crescimento”, afirmou.
“Sinto que as mulheres já provaram que merecem igualdade e, amanhã, vou apenas mostrar que somos capazes de fazer um grande jogo contra um homem e nos divertir”.
“Coisas incríveis”
Kyrgios disse que o mundo precisa de mais iniciativas colaborativas como a partida contra Sabalenka. “Há divisão demais e brigas demais, e pouco trabalho em equipe”, afirmou. “Independentemente do resultado — obviamente não estou dizendo que não quero vencer, eu quero vencer —, acho que isso mostra que podemos fazer coisas realmente incríveis juntos no esporte”.
Enquanto Riggs já estava aposentado do circuito masculino quando enfrentou King, Kyrgios segue em atividade no circuito da ATP. No entanto, o ex-vice-campeão de Wimbledon tem lidado com lesões nas últimas temporadas e disputou apenas cinco partidas profissionais de simples em 2025.
O confronto, disputado em melhor de três sets, terá regras adaptadas: apenas um saque por jogador, quadra ligeiramente menor para Sabalenka e, em caso de set decisivo, um tiebreak de 10 pontos para definir o vencedor.
“Só porque a quadra vai ser mais curta, ele não vai arriscar golpes maiores, e eu vou estar sempre em modo de ataque”, disse Sabalenka. “Essa é a minha potência, o meu jogo e a minha força. Também tenho bom toque e um alvo maior para fazer coisas divertidas”.