A Polônia abateu drones russos que entraram em seu espaço aéreo nesta quarta-feira (10). Essa foi a primeira vez que se tem conhecimento de um membro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) disparando durante a guerra da Rússia na Ucrânia.
Leia abaixo como alguns políticos europeus reagiram à invasão:
O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, afirmou que é necessário se preparar para vários cenários.
“Estamos lidando com uma provocação em larga escala… Estamos prontos para repelir tais provocações. A situação é grave e ninguém duvida que devemos nos preparar para vários cenários”, disse ele. “O fato de esses drones, que representavam uma ameaça à segurança, terem sido abatidos muda a situação política.”
Ele também mencionou a Segunda Guerra Mundial, dizendo que esta situação é o mais próximo que ficaram de um conflito aberto desde o período da guerra.
A alta representante da UE (União Europeia) para as Relações Externas e Política de Segurança, Kaja Kallas, falou que o grupo apoia iniciativas de defesa.
“A guerra da Rússia está aumentando, mas não termina. Precisamos aumentar o custo para Moscou, fortalecer o apoio à Ucrânia e investir na defesa da Europa”, afirmou ela.
“A UE desempenha um papel fundamental e apoiaremos iniciativas como a linha de defesa do Escudo da Fronteira Oriental”, acrescentou.
França
O presidente da França, Emmanuel Macron também comentou sobre a invasão de drones, condenando a ação veementemente.
“A incursão de drones russos no espaço aéreo polonês durante um ataque realizado pela Rússia contra a Ucrânia é simplesmente inaceitável. Condeno-a veementemente. Apelo à Rússia para que ponha fim a esta escalada imprudente”, disse ele. “Reitero ao povo polonês e ao seu governo nossa total solidariedade. Em breve, falarei com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte. Não faremos concessões quanto à segurança dos Aliados.”
Reino Unido
Keir Starmer, o primeiro-ministro do Reino Unido, disse estar profundamente preocupado com a violação do espaço aéreo polonês.
“O ataque bárbaro desta manhã à Ucrânia e a violação flagrante e sem precedentes do espaço aéreo polonês e da Otan por drones russos são profundamente preocupantes”, disse Starmer em um comunicado.
“Esta foi uma atitude extremamente imprudente da Rússia e serve apenas para nos lembrar do flagrante desrespeito do presidente (russo) (Vladimir) Putin pela paz”, declarou Starmer, acrescentando que havia entrado em contato com seu colega polonês, o premiê Donald Tusk, nesta quarta-feira (10) para expressar o apoio britânico à Polônia.
Itália e Eslováquia
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni declarou total solidariedade à polônia pela “violação grave e inaceitável de seu espaço aéreo pela Rússia”.
Robert Fico, primeiro-ministro da Eslováquia, também expressou solidariedade e disse que a violação é um incidente sério que pode ter consequências de longo alcance.
Ele acrescentou que é preciso ser estabelecido se a invasão foi intencional ou acidental e quem controlou os drones.
Alemanha
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul, disse que a incursão de drones na Polônia mostra que Moscou está disposta a deixar o conflito escalar, acrescentando que a Otan permaneceu unida e que era preciso haver uma resposta.
“A Rússia aceitou imprudentemente uma escalada perigosa”, declarou ele.
“Infelizmente, está claro que, mesmo depois de três anos, Moscou ainda não está preparada para negociar seriamente a paz. Pelo contrário, o Kremlin quer subjugar a Ucrânia pela força. Devemos e iremos responder a isso com uma resposta clara”, acrescentou.
Organização do Tratado do Atlântico Norte
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, afirmou que a violação do espaço aéreo polonês foi “absolutamente imprudente”, acrescentando que uma avaliação completa do incidente ainda não havia sido feita.
“Seja intencional ou não, é absolutamente imprudente, absolutamente perigoso. Mas a avaliação completa está em andamento”, disse Rutte.
“Para Putin, minha mensagem é clara. Parem a guerra na Ucrânia. Parem de violar o espaço aéreo aliado. E saibam que estamos prontos, vigilantes e que defenderemos cada centímetro do território da Otan”, ele acrescentou.