Aprender explicando: como a Técnica Feynman pode ajudar no vestibular

Entre os diversos métodos de estudo que estudantes podem adotar para se preparar para o vestibular ou para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), a Técnica Feynman se destaca como uma alternativa simples e eficiente. 

O método foi criado pelo físico estadunidense Richard Feynman (1918-1988), vencedor do Prêmio Nobel de 1965. Famoso por transformar conceitos complexos da Física em ideias acessíveis, ele desenvolveu um sistema considerado uma das formas mais eficazes de aprender e ensinar qualquer assunto. 

“A Técnica Feynman é uma estratégia versátil de aprendizagem. Ao transformar o conhecimento em uma explicação clara e acessível, o método favorece a organização lógica do conteúdo, com início, meio e fim bem definidos, além de estimular a memória auditiva por meio da verbalização”, explica Monica da Silva Lira, neuropsicóloga e orientadora educacional do Colégio Visconde de Porto Seguro, em São Paulo. 

A educadora destaca o caráter ativo da metodologia. Ao ensinar a si mesmo, o estudante desenvolve sua própria didática, identifica lacunas no conhecimento e reforça os pontos mais relevantes do tema, promovendo uma aprendizagem sólida e duradoura. Esse processo permite que cada estudante reconheça suas dificuldades e personalize os estudos de acordo com suas necessidades. 

Como funciona a Técnica Feynman na prática? 

O método segue quatro passos: 

  • Escolha um assunto ou conceito 

Escreva o tópico escolhido no topo de uma página. 

  • Ensine como se fosse para uma criança 

Anote tudo o que sabe sobre o tema e acrescente novas informações à medida que aprende. Explique em voz alta, usando linguagem simples e exemplos fáceis de entender. O objetivo é realmente ensinar, mesmo que não haja um público real. 

  • Identifique lacunas na compreensão 

Ao tentar explicar o conteúdo, é possível que o estudante perceba o que ainda não domina. O ideal é voltar ao material de estudo e revisar até conseguir explicar o conceito completamente. 

  • Revise, organize e simplifique 

Simplifique a explicação, use analogias e exemplos do cotidiano para ilustrar conceitos complexos. Essa etapa facilita a compreensão e ajuda a memorizar o que foi aprendido. 

Para quem funciona a técnica?

“A Técnica Feynman é útil para qualquer estudante que queira aprofundar a compreensão, organizar o raciocínio e consolidar conceitos complexos, auxiliando na fixação da memória”, afirma Monica. 

Em quais disciplinas aplicar?

O método é flexível e pode ser usado em Exatas, Humanas ou Biológicas. O mais importante não é a disciplina, mas identificar as partes do conteúdo em que o estudante tem maior dificuldade, direcionando a revisão e tornando o aprendizado personalizado. 

Com que frequência usar a técnica?

A frequência ideal varia conforme o ritmo do estudante, mas recomenda-se aplicá-la de forma regular, em momentos-chave, como após a leitura inicial ou antes de uma avaliação.

“Não se trata de quantidade, mas de qualidade e consistência. Quando usada periodicamente, a técnica permite acompanhar a evolução do aprendizado e ajustar o foco nos pontos que exigem mais atenção”, explica a educadora. 

Erros comuns a evitar

O principal erro é confundir explicação com repetição. A técnica não consiste em decorar palavras, mas em traduzir conceitos de forma simples e compreensível. Outro equívoco é ignorar as lacunas identificadas, deixando de revisar os pontos fracos. Para ser efetiva, a Técnica Feynman exige honestidade intelectual: reconhecer dificuldades e tratá-las como oportunidades de aprendizado. 

Dica extra

Uma forma avançada de potencializar a Técnica Feynman é usar flashcards durante a explicação. Organizando conceitos, fórmulas ou perguntas desafiadoras, o estudante cria um roteiro que evita o esquecimento de pontos importantes. 
“Os flashcards não servem apenas como revisão rápida, mas como guia dinâmico da explicação, garantindo que todos os tópicos essenciais sejam abordados e reforçando a memorização”, conclui Monica. 

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