Diversas delegações, incluindo a brasileira, protagonizaram um protesto coordenado durante a Assembleia Geral da ONU ao se retirarem do plenário no momento em que o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, iniciou seu discurso nesta sexta-feira (26).
Durante sua fala, Netanyahu manteve posição inflexível sobre o conflito em Gaza, prometendo “terminar o trabalho” contra o Hamas.
O líder israelense criticou duramente os países que recentemente reconheceram o Estado da Palestina, incluindo França, Reino Unido, Portugal, Canadá e Austrália.
O episódio evidenciou o crescente isolamento diplomático de Israel no cenário internacional.
Segundo fontes diplomáticas, a saída foi um gesto planejado. “Estávamos no plenário e nos retiramos assim que o Netanyahu chegou ao pódio. Eram diplomatas da missão permanente da ONU”, disseram à CNN.
Tensões diplomáticas
Netanyahu alegou que muitos líderes mundiais cederam à pressão de uma “mídia tendenciosa” e “círculos eleitorais islâmicos radicais”.
Afirmou ainda que, em privado, os mesmos líderes que o condenam publicamente expressam gratidão a Israel. Em sua apresentação, utilizou um QR code que direcionava para imagens do ataque de 7 de outubro.
Em contraste, Mahmoud Abbas, que discursou por vídeo, apresentou uma postura mais conciliatória.
O líder da Autoridade Palestina reafirmou a disposição de assumir a responsabilidade por Gaza e trabalhar em um plano de paz envolvendo diversos países, incluindo França e Arábia Saudita.
A manifestação de protesto contra Netanyahu reflete uma mudança significativa na percepção internacional sobre o conflito. Inicialmente, após os ataques de outubro, Israel contava com amplo apoio global, cenário que se modificou substancialmente nos meses seguintes, em meio à escalada da violência em Gaza.