Após ex-diretor do FBI, Trump diz que outros oponentes serão acusados

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse a repórteres nesta sexta-feira (26) que espera que outros oponentes políticos sejam acusados formalmente ​​após a denúncia contra o ex-diretor do FBI James Comey.

“Não é uma lista, mas acho que haverá outros”, disse Trump a Kevin Liptak, da CNN, ao deixar a Casa Branca para um evento em Nova York.

“Quer dizer, eles são corruptos. Eram democratas corruptos, de esquerda radical… Não, haverá outros. Essa é a minha opinião. Eles armaram o Departamento de Justiça como ninguém na história. O que eles fizeram é terrível. Espero, francamente, que haja outros, porque não se pode deixar isso acontecer com um país”, adicionou.

O Departamento de Justiça acusou Comey na quinta-feira (25), poucos dias depois de Trump ter pedido à pasta que o processasse e que demitisse o promotor que resistiu a indiciar adversários políticos do presidente.

Trump sugeriu nesta sexta que o caso contra Comey seria “bem fácil”. Ele foi acusado de dois crimes graves, ambos relacionados a uma mentira que ele supostamente contou ao Congresso em 2020.

Durante esse depoimento de 2020, Comey reiterou ao Senado que não havia autorizado vazamentos para a imprensa quando era diretor do FBI, no comando de investigações delicadas de 2016.

A acusação do Departamento de Justiça afirma que Comey havia autorizado um contato a servir como fonte anônima em reportagens.

“É um caso bem fácil, porque, veja bem, ele mentiu. … Essa foi uma pergunta muito importante que lhe fizeram, e ele queria ser específico, mas não foi — a única coisa que aconteceu com ele foi que ele não achou que seria pego” avaliou Trump.

“Essa foi uma resposta muito importante, e foi muito — para ele, foi uma resposta muito boa se ele não fosse pego, mas ele foi pego mentindo para o Congresso”, acrescentou.

O presidente hesitou quando foi questionado se consideraria ter um procurador federal permanente com mais experiência para o caso contra Comey, respondendo: “Veremos”.

Lindsey Halligan, procuradora federal interina para o Distrito Leste da Virgínia, que era assessora da Casa Branca e foi nomeada por Trump para o cargo no fim de semana, está supervisionando o caso.

Trump diz que houve perseguição contra ele

Quando questionado sobre o precedente que a acusação poderia abrir e se temia que os democratas seguissem o exemplo e processassem o atual diretor do FBI no futuro, ele acusou os adversários de terem começado tudo.

“Eles me perseguiram por quatro anos”, alegou Trump, afirmando que a acusação contra Comey visava “justiça”, e “não vingança”.

“É sobre justiça, na verdade. Não é vingança. É também sobre o fato de que você não pode deixar isso continuar. Eles são pessoas doentes, de esquerda radical, e não podem se safar”, afirmou.

Trump também disse que Comey é “pior que um democrata”.

Possíveis próximos alvos de Trump

Embora Trump tenha dito nesta sexta-feira que não há uma lista de “alvos”, ele havia pressionado sua procuradora-geral em uma publicação nas redes sociais no último fim de semana a apresentar acusações contra Comey, o senador democrata Adam Schiff e a procuradora-geral de Nova York, Letitia James.

A CNN noticiou na quinta-feira, antes da denúncia contra Comey, que autoridades do Departamento de Justiça vinham defendendo uma acusação contra John Bolton, ex-assessor de Trump, mas que agora critica o presidente, nesta semana, de acordo com duas fontes.

Promotores acreditam que poderiam apresentar um caso mais forte até o final do ano contra Bolton pelo suposto manuseio incorreto de documentos de segurança nacional, em vez de pressionar por uma acusação neste momento.

Além disso, Donald Trump afirmou no Salão Oval da Casa Branca na quinta-feira que considerava o doador bilionário democrata George Soros um “candidato provável” a uma investigação.

“Acho que ninguém precisa perguntar. Se você olhar para Soros, ele está no topo de tudo. Ele está em todas as matérias que leio, então acho que seria um candidato provável”, comentou

A procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, foi questionada por repórteres sobre uma reportagem do New York Times sobre suposta pressão do Departamento de Justiça para investigar a fundação de Soros e se isso fazia parte de um memorando assinado por Trump.

“Não vou comentar se há ou não uma investigação pendente, mas tudo está em pauta agora”, disse.

*Katelyn Polantz e Adam Cancryn, da CNN, contribuíram para esta reportagem

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