Análise: Vista e embargos podem atrasar julgamento

O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus na Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) pode se estender devido a possíveis recursos processuais. Entre os mecanismos disponíveis, destacam-se os embargos infringentes e eventuais pedidos de vista. A análise é de Pedro Venceslau para o CNN Arena.

Os embargos infringentes permitem a reabertura do julgamento quando há decisão não unânime. De acordo com precedente estabelecido em 2018, no caso de Paulo Maluf, são necessários dois votos divergentes para que a defesa possa apresentar este recurso. Essas divergências precisam ser relacionadas à absolvição ou condenação dos réus, não apenas sobre aspectos secundários como a dosimetria da pena.

Outro fator que pode prolongar o processo é o pedido de vista. Quando solicitado, concede ao ministro um prazo de 90 dias para revisar e estudar melhor o caso antes de definir seu voto. No entanto, especialistas consideram pouco provável que isso ocorra, especialmente após a aplicação do “tarifaço”.

A expectativa é que o ministro Luiz Fux apresente algumas divergências durante o julgamento, mas sem necessariamente pedir vista. Caso optasse por fazê-lo, os demais membros da Primeira Turma poderiam antecipar seus votos, o que poderia gerar uma situação delicada perante a Corte.

Em casos de questões específicas sobre esclarecimentos dos votos, existe ainda a possibilidade de apresentação de embargos de declaração, outro tipo de recurso que também pode estender o período do julgamento, porém com finalidade apenas de elucidar pontos específicos da decisão.

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