A discussão em torno do novo texto do Marco Legal do Combate ao Crime Organizado tem provocado atritos e desentendimentos significativos no campo político da direita brasileira. O projeto, que tem como base o PL Antifacção, sob relatoria do deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP), gerou múltiplas versões e interpretações, causando confusão. A análise é de Clarissa Oliveira no Bastidores CNN.
Segundo Clarissa, o debate sobre a equiparação das organizações criminosas a organizações terroristas tem sido um dos pontos mais sensíveis, gerando preocupações sobre possíveis consequências jurídicas.
“O campo da direita desperdiçou uma oportunidade significativa de capitalizar sobre o debate da segurança pública, que ganhou ainda mais relevância após recentes operações no Rio de Janeiro”, diz a analista de Política da CNN.
As pesquisas de intenção de voto vinham mostrando resultados favoráveis para a direita, mas a confusão em torno do projeto pode comprometer esses avanços.
A multiplicidade de versões do relatório apresentadas por Derrite em um curto período gerou desgaste considerável. “A situação atual indica que tanto o governo federal, autor inicial do projeto, quanto a oposição podem sofrer perdas políticas caso não se chegue a um consenso”, afirma Clarissa.
A busca agora é por um texto que unifique as diferentes visões e evite polêmicas jurídicas, permitindo avanços na agenda da segurança pública. A ausência de um acordo pode resultar em prejuízos para ambos os lados do espectro político, comprometendo o progresso de medidas importantes para o combate ao crime organizado.