Em uma clara mensagem direcionada ao ministro Luís Fux durante o primeiro dia de julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes enfatizou que não haveria razão para pedidos de vista no processo que analisa suposta tentativa de golpe de Estado. A análise é de Luísa Martins no CNN Novo Dia.
Durante sua fala introdutória, antes da leitura do relatório da ação penal, Moraes destacou nominalmente a participação ativa de Fux em todas as etapas do processo, incluindo depoimentos de testemunhas e interrogatórios dos réus.
Preocupações com o cronograma
A menção específica a Fux é interpretada nos bastidores como uma estratégia para evitar possíveis interrupções no julgamento. Um eventual pedido de vista poderia prolongar o processo por até 90 dias, situação considerada indesejável tanto pelo STF quanto pela PGR, que pretendem concluir o julgamento ainda em 2025, evitando interferências no cenário eleitoral de 2026.
Como parte do que vem sendo chamado nos bastidores de “seguro antivista”, Moraes também providenciou medidas práticas para facilitar o andamento do processo. Entre elas, concedeu 10 dias para os ministros estudarem o caso e disponibilizou um link em nuvem com acesso a todos os materiais colhidos durante a investigação.
A preocupação com possíveis atrasos surge após Fux ter manifestado, em março, durante o recebimento da denúncia, questionamentos sobre aspectos do processo, incluindo dúvidas sobre delações e considerações sobre as penas propostas para os envolvidos nos eventos de 8 de janeiro, apontado pela PGR como ato final da suposta trama golpista.