Fernando Haddad demonstrou envolvimento direto nas articulações em torno do Projeto de Lei Antifacção no Senado Federal. A análise é de Isabel Mega, ao Live CNN.
“O ministro Haddad já fez um aceno ao relator Alessandro Vieira, que é delegado da Polícia Federal e deve fazer mudanças no texto que chegou da Câmara dos Deputados. Então dá para ver que o Haddad está pessoalmente envolvido na articulação sobre essa matéria”, relatou Mega sobre a reunião do ministro com o senador relator da proposta na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
A tramitação do projeto na Câmara foi marcada por divergências entre o governo e parlamentares. O texto original, desenvolvido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, tinha como foco principal a asfixia econômica das organizações criminosas, mas sofreu alterações durante sua análise pelos deputados.
Tensões e ajustes no processo legislativo
O governo manifestou preocupações sobre possíveis obstáculos às investigações, citando como exemplo a Operação Carbono Oculto, que contou com a participação das autoridades paulistas. A atual articulação com o senador Alessandro Vieira, que é delegado da Polícia Federal, indica uma busca por consenso para aprimorar o texto.
A movimentação em torno do PL Antifacção ocorre em um momento de intensificação do combate ao crime organizado. O projeto é considerado estratégico para o enfrentamento das facções criminosas, especialmente no que diz respeito ao aspecto financeiro das organizações.
As discussões sobre o projeto devem ganhar novo impulso a partir da próxima semana, quando a matéria começará a tramitar efetivamente no Senado. A expectativa é que o relator promova alterações significativas no texto, buscando um equilíbrio entre as demandas do governo federal e a efetividade das medidas de combate ao crime organizado.