Análise: Gafe fez Lula calcular declaração sobre Rio de Janeiro

A manifestação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a megaoperação que resultou em 121 mortes no Rio de Janeiro foi cuidadosamente elaborada, considerando uma recente polêmica envolvendo declarações anteriores sobre traficantes. A análise é de Isabel Mega, no CNN Novo Dia.

Durante uma coletiva de imprensa na Indonésia, na última semana, o mandatário afirmou que os traficantes de drogas são “vítimas dos usuários” enquanto falava sobre o combate ao tráfico.

“O timing da resposta foi influenciado por diversos fatores, incluindo o fato de Lula ter passado mais de 20 horas em um voo, sem comunicação com sua equipe. Ao retornar a Brasília, foi realizada uma extensa reunião no Palácio da Alvorada com ministros para avaliar a situação e definir estratégias de comunicação”, relembra Isabel.

Tensão na comunicação institucional

Um momento de tensão marcou a entrevista conjunta do ministro Ricardo Lewandowski e do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. Lewandowski interrompeu Rodrigues quando este mencionava uma solicitação do Rio de Janeiro à PF, enfatizando a necessidade de comunicação entre hierarquias.

“O governo federal optou por manter a programação da posse de Guilherme Boulos na Secretaria-Geral da Presidência, mesmo diante do contexto delicado”, afirma a analista. Durante o evento, foi realizado um minuto de silêncio em memória das vítimas, e a ausência de pronunciamento de Lula sinalizou a cautela adotada pelo governo.

Estratégia de comunicação

“A manifestação de Lula, posteriormente divulgada em suas redes sociais, foi construída em um ambiente controlado, sem improvisos”, conclui Isabel. O texto enfatizou a necessidade de combater o coração financeiro das organizações criminosas, alinhando-se ao discurso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e fazendo referência a operações anteriores que visavam a asfixia financeira dessas organizações.

O governo também aproveitou o momento para defender a aprovação da PEC da Segurança Pública, apresentando o escritório estabelecido no Rio como um possível modelo para futuras iniciativas na área de segurança.

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