O encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump na Malásia marcou um avanço significativo nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, com foco principal na discussão sobre tarifas comerciais. A reunião, realizada no último domingo (26), priorizou questões econômicas em detrimento de debates políticos e ideológicos. A análise é de Isabel Mega, no CNN Novo Dia.
A estratégia de concentrar as discussões em temas comerciais é vista como uma vitória pela diplomacia brasileira. “O principal objetivo das negociações é buscar a reversão do chamado “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos, estabelecendo um cronograma de reuniões para avançar em direção a um acordo definitivo”, explica a analista.
Novo canal de diálogo
As negociações futuras serão conduzidas por equipes técnicas de ambos os países, mantendo as questões políticas em um canal direto entre os líderes. Esta abordagem é vista pela diplomacia brasileira como um reposicionamento do país nas relações bilaterais com os Estados Unidos.
O Brasil mantém sua posição de não ampliar a lista de exceções de produtos, buscando uma revogação completa das tarifas impostas. “As fontes diplomáticas indicam que, embora o caminho não seja fácil, existe interesse mútuo em alcançar um acordo que beneficie ambas as nações”, destaca Isabel.
Questão venezuelana
Embora Lula tenha apresentado o Brasil como possível mediador na situação da Venezuela, diplomatas brasileiros avaliam que os Estados Unidos demonstram pouca receptividade a esta proposta. “O tema venezuelano emerge como novo foco político para os Estados Unidos, mas permanece à margem das discussões comerciais principais”, conclui a analista.