Análise: Decisão de Trump sobre Moraes favorece Centrão

A decisão dos Estados Unidos de retirar o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes e sua esposa, Viviane de Moraes, da lista de sanções da Lei Magnitsky favorece principalmente a direita moderada não-bolsonarista e o Centrão. A análise foi feita pelo analista político da CNN Brasil Pedro Venceslau, que avaliou o impacto da medida no cenário político brasileiro.

Segundo Venceslau, a pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência, que já não estava se sustentando, agora enfrenta ainda mais dificuldades. A decisão do presidente Donald Trump enfraquece a ala mais radicalizada do bolsonarismo, chamada pelo analista de “eduardista”, que insiste em impor o sobrenome da família na campanha eleitoral do ano que vem e que não aceita acordos.

A expectativa para 2026 era conseguir construir uma chapa única de oposição ao nome Lula com o apoio dos bolsonaristas, sem necessariamente incluir alguém da família Bolsonaro como candidato ou vice. Isso porque, apesar de o sobrenome do ex-presidente conseguir energizar uma militância já fidelizada na direita e antipetista, também agrega uma rejeição muito grande que pode comprometer o projeto eleitoral.

Venceslau explique que, com a decisão da Casa Branca, fica mais fácil para os operadores do Centrão -como Antônio Rueda (União Brasil), Ciro Nogueira (PP) e Marcos Pereira (Republicanos)- articularem uma candidatura à presidência sem necessariamente passar pelo aval da família Bolsonaro. A avaliação é que qualquer candidatura de oposição receberá naturalmente os votos antipetistas, se não no primeiro, no segundo turno.

Impacto nas eleições parlamentares

A decisão também representa uma dificuldade extra para o PL, que aposta todas as suas fichas no bolsonarismo para fazer uma grande bancada nas eleições para o Senado, governos estaduais e Câmara dos Deputados. Segundo o analista de Política, os governistas, o PT e a esquerda “ganharam de presente de Donald Trump um argumento para construir uma estratégia de comunicação que fica mais fortalecida”.

Venceslau conclui que a decisão é “água no moinho do governo, água no moinho da esquerda, água no moinho do PT”, e que Trump “abandonou de vez Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos”.

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