Análise: Centrão evita cravar lealdade a Flávio Bolsonaro

A reunião realizada na casa do senador Flávio Bolsonaro (PL), em Brasília, na noite de segunda-feira (8), terminou sem apoio definido à sua candidatura presidencial para 2026. Representantes do PP e União Brasil participaram do encontro, mas mantiveram postura cautelosa quanto ao apoio formal ao filho do ex-presidente. A análise é de Isabel Mega, no CNN Novo Dia.

O anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro, feito na última sexta-feira (5), pegou de surpresa importantes lideranças do Centrão, que viram o movimento como um possível “balão de ensaio”. Apesar do senador sinalizar em entrevista à Folha de São Paulo sua intenção de levar a candidatura até o fim, o grupo político demonstra ceticismo.

Ciro Nogueira, presidente do PP e co-presidente da Federação PP-União Brasil, fez declarações reveladoras sobre a postura do Centrão. “Apoiaria Flávio por proximidade, mas política não se faz com amizade”, afirmou, separando claramente relações pessoais de decisões políticas. Segundo a analista, a fala evidencia o pragmatismo com que o grupo avalia as candidaturas para 2026.

Fragmentação da direita preocupa o Centrão

Uma das principais preocupações manifestadas por lideranças do Centrão é a fragmentação do campo da direita e centro-direita com múltiplas candidaturas. “Na avaliação de membros do PP e União Brasil, a pulverização de candidatos fortaleceria o campo adversário representado pela esquerda”, afirma Isabel.

O movimento inicial do grupo era buscar um afunilamento das candidaturas através de conversas no início de 2026, antes do período de descompatibilização de cargos. A candidatura de Flávio Bolsonaro, anunciada sem articulação prévia com estas forças políticas, é vista como um elemento que dificulta esse processo de unificação.

“Parlamentares do PP já indicam que, caso a candidatura de Flávio avance, o partido poderá liberar seus membros para apoiarem quem considerarem mais benéfico para as eleições proporcionais, tanto ao nível nacional quanto estadual. Isso demonstra que o apoio automático ao filho do ex-presidente não está garantido“, conclui a analista.

A repercussão dessa movimentação política ultrapassa a esfera presidencial e afeta também os cenários regionais, onde alianças partidárias como a Federação União Brasil-PP (ainda aguardando confirmação do TSE) buscam viabilidade eleitoral em diferentes estados. O encontro na residência do senador, embora demonstre proximidade, não resultou em compromissos concretos de apoio à sua candidatura presidencial.

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