Análise: Brasil entrega 1º rascunho de decisão final da COP30

O Brasil divulgou nesta terça-feira (18) o primeiro rascunho da decisão final da COP30, apresentando diretrizes para temas que estavam travados há meses ou até anos nas negociações climáticas internacionais. O documento de 70 páginas estabelece um norte político para questões fundamentais relacionadas às mudanças climáticas. A analista de COP30 da CNN, Patricia Ellen, explicou os destalhes do documento no CNN Prime Time.

O texto aborda quatro pontos principais: a ambição das NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), o financiamento climático, os impactos do comércio internacional e aspectos de governança e transparência. Segundo Ellen, a inovação significativa foi a inclusão da discussão sobre os impactos do comércio internacional nas questões climáticas.

Financiamento e adaptação climática

Na questão do financiamento climático, o documento apresenta múltiplas opções, variando desde propostas mais ambiciosas até abordagens mais conservadoras. Uma das versões menciona a meta de US$ 1,3 trilhão em financiamento, enquanto outras não especificam valores. Um ponto de consenso aparente é o financiamento para adaptação climática, com indicação clara para triplicar os investimentos nessa área.

Combustíveis fósseis em debate

O tema da transição dos combustíveis fósseis emerge como um dos mais sensíveis nas negociações. O rascunho apresenta três caminhos possíveis: uma versão mais incisiva que aborda o apoio aos países para superar a dependência dos combustíveis fósseis, uma versão intermediária que menciona apenas a transição, e uma terceira que omite completamente o assunto.

Um grupo de países, incluindo Alemanha, Reino Unido, Quênia, Colômbia e Vanuatu, tem pressionado por medidas mais contundentes em relação aos combustíveis fósseis, especialmente considerando a vulnerabilidade de nações insulares como Vanuatu às mudanças climáticas.

A presidência brasileira da COP30 estabeleceu um cronograma ambicioso, com expectativa de resolução das negociações até quarta-feira (19), o que seria um feito inédito na história das conferências climáticas. O sucesso dessa meta dependerá significativamente da disposição dos países mais ricos em chegar a acordos sobre os pontos mais controversos.

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