A chefe do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, Pam Bondi, divulgou nesta quarta-feira (10) um vídeo que mostra a ação de apreensão de um petroleiro da Venezuela na costa do país. Segundo análise de Lourival Sant’Anna, no CNN Prime Time, a ação indica que os Estados Unidos estão implementando um bloqueio naval à Venezuela com o objetivo de sufocar economicamente o país, causando um dano significativo à indústria petrolífera venezuelana, principal fonte de receitas do regime.
Esta não é a primeira operação deste tipo. Segundo o analista, no dia 13 de novembro, um destroyer americano já havia interceptado um petroleiro russo que levava diluente para a Venezuela, componente necessário para que o petróleo pesado venezuelano flua melhor pelos oleodutos.
As imagens divulgadas revelam militares da Guarda Costeira americana sendo transportados por helicóptero que partiu do USS Gerald Ford, considerado o maior porta-aviões do mundo, para realizar a operação. De acordo com Sant’Anna, esta é a primeira operação que envolve diretamente o USS Ford.
Anteriormente, outras operações na costa venezuelana foram realizadas pelos Navy Seals Team Six, a mesma unidade que executou a operação contra Osama Bin Laden em 2011. As imagens mostram uma ação claramente militar contra a principal fonte de receita da Venezuela.
O petroleiro apreendido transportava quase um milhão de barris de petróleo, que segundo fontes do governo americano, seria destinado a Cuba. No entanto, o país não seria o destino final do carregamento. “Cuba, então, venderia esse petróleo para brokers na Ásia. A maior parte do petróleo venezuelano é destinada à China, que é um país que ignora as sanções impostas pelos Estados Unidos”, explicou Sant’Anna.
O analista também apontou que há expectativas nos meios militares de que os Estados Unidos possam iniciar operações mais intensas contra o território venezuelano, especialmente após a saída do almirante Alvin Holsey, comandante do Comando Sul, que é conhecido por resistir a operações contra a Venezuela.
Em entrevista recente, o presidente Donald Trump não descartou a possibilidade de desembarque terrestre na Venezuela, embora o cenário mais provável, segundo o analista, seja o bombardeio com mísseis em pontos estratégicos, que podem ter como alvo a indústria petrolífera venezuelana ou infraestruturas associadas ao narcotráfico e aos militares venezuelanos, como portos e aeroportos.